Você sempre gostou de deixar as unhas bem feitinhas e pintadas, mas, de repente, começa a observar uma coceira ou irritação incomum nas mãos, pescoço ou na região dos olhos. Atenção! Você pode estar com alergia a esmaltes. A condição é mais comum do que se imagina e é bem incômoda, entretanto mudanças no hábito, acompanhadas de um diagnóstico médico, podem minimizar o problema.

Segundo o médico alergista Pedro Celeste Valadares, da Afya Educação Médica Belo Horizonte, a alergia ao produto pode aparecer em qualquer idade, mesmo em pessoas que já têm o hábito de usar o produto. Mas, ao contrário do que muitos imaginam, ela não surge de repente. 

“As alergias a esmaltes de unhas surgem principalmente como dermatite de contato alérgica, que é causada pelo contato com os componentes desses produtos. Não é um surgimento 'do nada'. Nesses casos, existe uma etapa em que o sistema imunológico passa a reconhecer uma ou mais substâncias como perigosas ao nosso organismo. Esse processo é chamado de sensibilização e não apresenta sintomas. As manifestações clínicas ocorrem após a sensibilização, em novos contatos com as substâncias sensibilizadas”, explica o especialista.

Ou seja, usar esmalte por um longo período, repetidas vezes, pode sensibilizar o corpo.

“O sistema imunológico começa a reconhecer certas substâncias como ‘agressoras’ após exposições repetidas, levando a uma resposta inflamatória mesmo após anos de tolerância. Além disso, ambientes mais secos ou frios, que comprometem a barreira cutânea, podem favorecer a penetração de alérgenos e o surgimento de reações”, afirma Lucas Miranda, médico dermatologista e membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia.

Sintomas

A alergia a esmaltes não costuma se manifestar apenas nas mãos. Segundo o alergista ouvido pela reportagem, é comum que pessoas com a condição tenham coceira, irritação, bolhas, inchaço e vermelhidão nas pálpebras, ao redor dos olhos e no pescoço. 

“Os esmaltes são facilmente transferidos pelo toque. Com o tempo, as unhas também podem se tornar mais frágeis”, explica o Dr Pedro Celeste.

As pessoas com maior incidência a este tipo de alergia são aquelas com exposição constante aos esmaltes - manicures, usuários frequentes de esmalte em gel- , com predisposição genética e com histórico de dermatite de contato e outras alergias a cosméticos.

“A maioria das reações alérgicas é causada por substâncias como formaldeído, tolueno e resina de formaldeído. Algumas pessoas são geneticamente mais propensas a desenvolver dermatite de contato, já outras podem ser mais sensíveis devido à exposição frequente ou à fragilidade da barreira cutânea”, explica o dermatologista Lucas Miranda.

Tratamento

Buscar um profissional adequado, como um alergista ou dermatologista, é ideal para que o tratamento seja assertivo. A avaliação pode indicar testes de contato para identificar os componentes específicos causadores da alergia.

Em todos os casos, o uso de esmaltes convencionais deve ser suspenso. O tratamento também pode incluir a aplicação de pomadas com corticóide ou medicamentos específicos em casos mais graves.

“É importante estar atento a qualquer sintoma citado anteriormente e, se houver suspeita de alergia, procure um alergista e leve a foto ou bula dos produtos usados”, afirma Pedro Celeste Valadares.

A alergia pode sumir?

O tratamento adequado ajuda a controlar os sintomas, mas, segundo o especialista, o nosso sistema imunológico tem memória e é muito raro o desaparecimento da alergia. 

“A ausência de novos episódios pode estar relacionada à interrupção do uso do agente causador, à melhora da imunorregulação do organismo ou a mudanças na formulação dos produtos usados. No entanto, o risco de nova reação permanece caso a substância sensibilizante volte a ser utilizada”, explica Pedro.

Outra dica dos especialistas é usar esmaltes hipoalergênicos e livre de substâncias mais comumente associadas às alergias, como tolueno, formaldeído e DBP (dibutilftalato).

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