Celebrado em 9 de julho, o Dia Nacional de Alerta à Insuficiência Cardíaca tem como objetivo conscientizar a população sobre uma condição ainda subestimada, mas que representa uma das principais causas de hospitalizações e mortes no país. De acordo com dados do Ministério da Saúde (MS), a insuficiência cardíaca é responsável por mais de 20 mil óbitos anuais no Brasil, além de milhares de internações clínicas.

O cardiologista Dr. Elzo Mattar, especialista em saúde cardiovascular, reforça que o problema está diretamente ligado ao envelhecimento da população, ao aumento de fatores de risco como hipertensão, diabetes, sedentarismo e obesidade — e à falta de informação sobre os sinais da doença.

“A insuficiência cardíaca ocorre quando o coração perde sua capacidade de bombear sangue de forma adequada para o corpo. É uma condição crônica, progressiva, mas que pode ser controlada com tratamento adequado e mudanças no estilo de vida”, explica.

O que é insuficiência cardíaca?

Ao contrário de um infarto, que é um evento súbito, a insuficiência cardíaca se desenvolve de forma gradual. Ela pode ser causada por diferentes doenças que afetam o músculo cardíaco, como:

  • Hipertensãoarterial não controlada;
  • Doença arterial coronariana;
  • Miocardiopatias;
  • Diabetes;
  • Histórico de infarto.

O cardiologista Dr. Elzo Mattar. alerta que “muitas pessoas só procuram ajuda quando os sintomas estão muito avançados. O problema é que, sem diagnóstico precoce, o coração pode sofrer danos irreversíveis”.

Sintomas que merecem atenção

  1. Cansaço excessivo, mesmo em repouso;
  2. Falta de ar ao deitar ou durante atividades leves;
  3. Inchaço nas pernas, tornozelos ou abdômen;
  4. Tosse persistente, especialmente à noite;
  5. Aumento de peso súbito (por retenção de líquidos);
  6. Palpitações ou sensação de batimento irregular.

Segundo o médico, “esses sinais são muitas vezes confundidos com o cansaço do dia a dia ou outras doenças respiratórias. Por isso, é fundamental que qualquer alteração persistente seja investigada por um cardiologista”, pontua.

Mulher sentada em frente a um notebook e recipiente com remédio, segurando um pote de remédio e olhando para ele
O tratamento para a insuficiência cardíaca varia conforme a causa e o grau da condição (Imagem: Kmpzzz | Shutterstock)

Diagnóstico e tratamento da insuficiência cardíaca

O diagnóstico da insuficiência cardíaca é feito por meio de exames como eletrocardiograma, ecocardiograma, exames laboratoriais e teste de esforço. O tratamento varia conforme a causa e o grau da insuficiência, e pode incluir:

  • Medicamentos para controlar a pressão, melhorar o ritmo cardíaco e reduzir a sobrecarga do coração;
  • Controle rigoroso da dieta e do consumo de sal;
  • Atividade física supervisionada;
  • Em alguns casos, cirurgia ou dispositivos como marcapassos.

O cardiologista Dr. Elzo Mattar explica que, com o acompanhamento adequando, os pacientes podem viver com qualidade de vida por muitos anos. “O maior risco está na negligência dos sintomas e na automedicação“, esclarece o médico.

O papel da prevenção

O Dr. Elzo Mattar reforça que manter hábitos saudáveis é a melhor forma de evitar a insuficiência cardíaca e outras doenças cardiovasculares. Isso inclui:

  • Praticar exercícios regularmente;
  • Controlar a pressão arterial e o diabetes;
  • Ter uma alimentação equilibrada e com pouco sódio;
  • Não fumar;
  • Evitar o consumo excessivo de álcool;

Para prevenir a insuficiência cardíaca é fundamental consultar um cardiologista periodicamente, especialmente após os 40 anos. “No coração, o tempo faz diferença. Quanto antes cuidarmos, mais fácil será prevenir danos graves. O Dia Nacional de Alerta é um convite à reflexão e à ação”, conclui o cardiologista.

Por Sarah Monteiro