Grande parte dos jogadores de futebol revelam que na infância a bola era o brinquedo favorito deles. No caso de Pedrinho, de 22 anos, atacante do América, não foi bem assim, pelo menos é o que conta Emilia Rita Pimenta Lopes, de 58 anos, mãe do atleta contratado pelo Coelho no início da temporada.
“Ele não teve interesse pelo futebol desde pequeno. Eu morava em uma casa, que era dentro da escola, porque eu era a zeladora. Lá tinha uma quadra, mas ele nunca se importou com isso. O Pedro gostava de andar de bicicleta. Depois que eu me mudei dessa casa fui morar em um prédio que tinha um terreno onde as crianças jogavam bola. O meu filho do meio um dia chegou em casa e disse “pai o Pedro tem jeito para futebol”. Meu marido ficou na dúvida porque o Pedro nunca gostou de jogar bola. Aí meu esposo começou a vê-lo jogando e viu que ele realmente tinha talento”, explicou.
Dona Emilia também disse que está adorando ver o filho com a camisa alviverde. “Estou adorando ele no América. O Pedro foi muito bem acolhido no clube e estou sentindo ele mais confiante, mais alegre, coisa que um tempo atrás eu não via” revelou.
Caçula dos quatro filhos de Emilia com o esposo Gilberto Carlos Pereira Lopes, o Gibi, Pedrinho sempre foi muito apegado à família. “Ele é muito apegado a mim, sempre foi meu companheiro por ser o filho mais novo. Em todos os lugares que eu ia ele estava junto. Ele também era muito apegado ao pai por causa do futebol, mas infelizmente perdemos o Giba no ano passado devido a Covid-19. Com isso, o Pedro ficou ainda mais apegado a mim”, contou a mãe do atacante.
Emocionada, Emilia falou sobre a perda do esposo por causa da Covid, que também era jogador, mas nunca conseguiu se profissionalizar. Da internação até o óbito passou apenas uma semana. “A perda do meu marido está sendo muito difícil. Todos nós sentimos, mas o Pedro ainda sente muito. O pai era o incentivador, o torcedor número um dele, apaixonado pelo que o Pedro fazia. O que o Pedro mais sente é o pai não poder ver aquilo que ele está fazendo na carreira e pela família, que era o sonho do pai dele” disse.
Muito família, como a mãe de Pedrinho sempre lembrava, o atacante tem um relacionamento com os irmãos. “A relação do Pedro com os irmãos sempre foi boa. O Pedro é muito família e gosta muito dos três irmãos, Gilberto Carlos Pereira Lopes Jr, o Gibinha, Ana Gabriela Pereira Lopes, a Gabi, e João Guilherme Pereira Lopes, o Gui. O mais velho e o do meio também jogavam futebol, mas não profissionalmente”, falou.
Sobre as dificuldades enfrentadas pela família antes de Pedrinho se tornar jogador profissional, dona Emilia conta que nunca passou fome, mas passaram por alguns apertos. “Graças a Deus nunca passei fome, mas algumas necessidades. Faltava algumas coisas e depois que o Pedro começou no futebol melhorou muito. Recentemente ele conseguiu comprar um imovél para os três irmãos. Cada um tem o seu teto, ele conseguiu fazer isso, que era uma vontade, um desejo do meu marido”, esclareceu.
Ser mãe de jogador de futebol não é fácil. As duras críticas da torcida, quando o atleta não está bem, abala a família e a mãe sente mais. “Quando ele não está bem é muito difícil ouvir e ler as críticas. Às vezes sabemos porque ele não está bem em determinado jogo, mas o torcedor não sabe, e não é obrigado a saber, mas é difícil demais. Eu não costumo olhar redes sociais, comentários porque a gente fica chateada por ser mãe. Prefiro não participar disso para não ficar magoada. Mãe sente mais”, comentou.
Mesmo sendo muito apegado à família, Pedrinho mora sozinho em Belo Horizonte. Dona Emilia contou que não se mudou de São Paulo para a capital mineira porque ajuda a cuidar de sua mãe, avó do atacante. “Só não me mudei para Belo Horizonte com o Pedro porque a minha mãe está doente e eu estou dando assistência para ela. Provavelmente não irei para morar por causa da minha mãe, mas, quando der, vou e fico um mês com ele e depois volto. Me dói muito ficar longe dele, ele participa de tudo da família, gosta de ouvir as nossas opiniões e conselhos”, falou.
A mãe de Pedrinho ainda revelou que a família tem raízes mineiras e que o filho está em casa. “Tenho um carinho muito grande por Minas. Meu pai é mineiro, meus tios também. O Pedro tem raiz mineira. Adora a comida de Minas, tudo que eu aprendi de culinária foi através de Minas. Está tudo em casa”, salientou.
No próximo domingo (8), dia das mãe, dona Emilia não estará junto de Pedrinho, mas com a ajuda da tecnologia poderá fazer com que o filho esteja presente nas comemorações. “Neste dia das mães vai faltar dois pedaços comigo, o Pedro e o meu marido. Não tem como o Pedro vir, é muito difícil, mas sabemos que ele estará em pensamento. Vamos fazer uma chamada de vídeo e conversar com todo mundo, já que ele gosta dessas coisas”, finalizou a mãe do atacante.