O San Lorenzo divulgou uma nota, nesta quarta-feira (21), repudiando os fatos ocorridos em Belo Horizonte, durante a derrota para o Atlético por 1 a 0 na Arena MRV, que culminou na eliminação da equipe da Copa Libertadores.
No comunicado, o clube argentino criticou a atuação da Polícia Militar durante a briga dentro do estádio e “uma série de acontecimentos que atentam contra a desportividade e a boa relação entre os clubes”. Os argentinos citam, por exemplo, as mensagens deixadas por torcedores do Atlético nos arredores da entrada para o setor visitante na Arena MRV.
Segundo a PM, a briga começou após torcedores argentinos tentarem invadir o setor destinado à torcida atleticana. O batalhão de choque entrou em ação e precisou utilizar bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha para controlar a situação. Segundo apurou a reportagem de O TEMPO Sports, um argentino foi preso. Mas o clube alega que quatro torcedores foram levados para a delegacia.
Casos de racismo
A nota do clube não cita o caso de racismo ocorrido no estádio. As imagens foram compartilhadas pelo secretário geral do San Lorenzo, Pablo Garcia Largo em suas redes sociais. No vídeo, um pequeno grupo de jovens torcedores do Atlético aparece fazendo gestos em direção ao local em que a torcida do San Lorenzo estava localizada no estádio.
Na legenda, o cartola argentino citou diretamente a Conmebol, organizadora da competição, e cobrou punicões ao Atlético. "Isto não é racismo? Esperamos o mesmo tratamento e as mesmas punições que já impuseram ao clube do qual sou secretário até hoje. Filmado desde o camarote cedido pelo Atlético Mineiro", citou na postagem.
O caso aconteceu no mesmo jogo em que a torcida atleticana fez um mosaico protestando contra as atitudes racistas dos torcedores argentinos.
O mosaico continha os dizeres “No to racism” - não ao racismo, em inglês. Torcedores passaram a madrugada desta terça-feira (20) montando todo o projeto no estádio, que ocupou as partes inferiores e superiores do setor Inter Leste da Arena MRV.
Antes do jogo, do lado de fora da Arena MRV, os visitantes foram recebidos com faixas esticadas e mensagens escritas nas ruas que dão acesso à entrada dos visitantes condenando as atitudes racistas.
Veja o que disse o clube argentino:
“O San Lorenzo repudia veementemente todos os eventos ocorridos em Belo Horizonte, desde a agressão injustificada e selvagem da polícia brasileira contra nossos torcedores até uma série de eventos que ameaçam o espírito esportivo e o bom relacionamento entre os clubes, que são essenciais para alcançar um futebol pacífico entre todos nós. As situações negativas que ocorreram foram muitas.
A torcida azul e branca cumpriu todas as recomendações de segurança para chegar ao estádio. No entanto, tiveram de suportar uma demora significativa para entrar no estádio, além de mensagens agressivas no caminho e objetos com figuras violentas. O mesmo aconteceu com a delegação oficial, que ficou retida por um longo tempo devido à má recepção do clube da casa. Durante o jogo, houve agressão e provocação da torcida da casa, que exibiu bandeiras e atirou objetos em nossos torcedores. Isso culminou em um ataque feroz da polícia contra a torcida do San Lorenzo, com balas de borracha e gás lacrimogêneo, uma repressão que resultou em mais de uma dúzia de feridos. Quando o ataque policial começou, apesar do pedido dos nossos jogadores, o árbitro (de atuação questionável) só parou o jogo quando um jogador do Atlético Mineiro caiu no chão.
Mais tarde, quando nosso time buscava o gol de empate, os moradores locais abriram a saída para interromper o jogo. A desconcentração de nossa torcida também foi interrompida por mais de duas horas.”