Os cruzamentos na área do Atlético voltaram a assombrar a defesa. O gol marcado pelo Fluminense na última quarta-feira (18), pelas quartas de final da Copa Libertadores, surgiu justamente de um cruzamento. Desde que assumiu o Atlético, Milito disputou 41 partidas e sofreu 50 gols, sendo 42% deles, ou 21, de bolas cruzadas na área atleticana.
O perigo nas bolas aéreas não é novidade para o torcedor do Atlético. Os 21 gols sofridos de cruzamento vieram de todas as maneiras, seja na bola aérea ou pelo chão, e escancaram um defeito que o Atlético não consegue resolver desde a última temporada.
Ano passado o time sofreu com os cruzamentos, sendo o principal problema do setor defensivo da equipe.
Precisando reverter o placar de 1 a 0 nas quartas de final da Copa Libertadores, contra o Fluminense, e com a proximidade das semifinais da Copa do Brasil, contra o Vasco, o problema no setor volta a ser um alerta para o técnico Gabriel Milito.
Milito assumiu o Atlético no fim de março, após a demissão de Felipão. Em sua primeira partida, enfrentou o Cruzeiro, pelo jogo de ida da final do Campeonato Mineiro. Logo no primeiro jogo, o Atlético sofreu um gol de cruzamento.
O mesmo aconteceu na partida seguinte, contra o Caracas, na Libertadores e, também, no jogo de volta da final do estadual. Apesar disso, o Atlético venceu as duas partidas.
A dificuldade em defender esse tipo de lance acontece devido a alguns motivos. Em muitos dos jogos, o Atlético utiliza o argentino Battaglia, que é um volante de origem, como zagueiro central. Sem as características necessárias para a posição, o setor ocupado pelo jogador pode ser explorado pela equipe adversária. Na partida de ida das oitavas de final da Copa Libertadores, foi justamente em um erro de posicionamento de Battaglia em que o San Lorenzo conseguiu marcar seu gol.
O erro de posicionamento foi novamente explorado na última quarta-feira (18), contra o Fluminense, também pela Libertadores. Keno driblou Palacios e cruzou justamente no meio da grande área. Lima subiu sem nenhuma marcação para fazer o gol.
O lance também mostra um outro erro defensivo do Atlético: a dificuldade em proteger as laterais.
Sem a presença de Saravia pelo lado direito da defesa, quem faz a proteção e acompanha o lateral adversário é Scarpa e, no caso do lance do gol na última partida, Palacios. Novamente, jogadores que não possuem características defensivas.
Um outro erro recorrente nos defensores do Atlético foram as rebatidas dos cruzamentos. Dos 21 gols sofridos, sete foram em lances em que a bola foi mal rebatida da área alvinegra.
Veja os gols sofridos em lances de cruzamento pelo Atlético:
- Atlético 2 x 2 Cruzeiro - Final do Campeonato Mineiro (segundo gol do Cruzeiro)
- Atlético 4 x 1 Caracas - Fase de grupos da Copa Libertadores
- Cruzeiro 1 x 3 Atlético - Final do Campeonato Mineiro
- Atlético 1 x 1 Criciúma - 1ª rodada do Campeonato Brasileiro
- Atlético 3 x 2 penarol - Fase de grupos da Copa Libertadores (os dois gols do Peñarol)
- Atlético 0 x 4 palmeiras - 9ª rodada do Campeonato Brasileiro (primeiro e quarto gols do Palmeiras)
- Vitória 4 x 2 Atlético - 10ª rodada do Campeonato Brasileiro (segundo, terceiro e quarto gols do Vitória)
- Atlético 2 x 4 Flamengo - 14ª rodada do Campeonato Brasileiro (primeiro gol do Flamengo)
- Atletico 2 x 1 São Paulo - 16ª rodada do Campeonato Brasileiro
- Atletico 2 x 1 Corinthians - 20ª rodada do Campeonato Brasileiro
- CRB 2 x 2 Atlético - Jogo de ida das oitavas de final Copa do Brasil (Primeiro gol do CRB)
- Criciúma 2 x 1 atlético - 21ª rodada do Campeonato Brasileiro (Os dois gols do Criciúma)
- San Lorenzo 1 x 1 Atlético - Jogo de ida das oitavas de final da Copa Libertadores
- Grêmio 2 x 3 Atlético - 25ª rodada (Os dois gols do Grêmio)
- Fluminense 1 x 0 atlético - Jogo de ida das quartas de final da Copa Libertadores