O Atlético definiu a Arena MRV como o palco do duelo decisivo contra o São Paulo, pelas quartas de final da Copa do Brasil, que acontece na próxima quinta-feira (12). As vendas de ingresso começaram na última quinta (5) e já estão bem adiantadas.
Mas, o que levou o clube a manter o estádio para a partida mesmo com os problemas no gramado?
Oito dias antes do duelo, o gerente de futebol Victor Bagy, o auxiliar técnico da comissão permanente do clube Lucas Gonçalves, e outros membros do clube foram até a Arena para checar o gramado e opinar sobre onde a partida deveria acontecer.
Desde o final de agosto, o clube vem tentando melhorar a superfície do estádio. O gramado da Arena MRV passa por um tratamento especial, utilizando os recursos disponíveis pelo clube. No último dia 29, foi feito o processo de descompactação do solo, com o uso de maquinários. Já na manhã do dia seguinte, 30 de agosto, houve a etapa conhecida como top dressing, que consiste em aplicar uma fina camada de areia pelo gramado para melhorar o nivelamento e corrigir possíveis irregularidades.
Nesta segunda-feira (2 de setembro), foram feitos os seguintes processos: corte, adubação, nivelamento localizado e irrigação.
“Desde o dia 20 de agosto, logo após a partida contra o San Lorenzo, a gente vem trabalhando no manejo convencional do gramado, além de operações especiais com o objetivo de recuperar esse gramado e deixar ele nas melhores condições possíveis para o próximo jogo do dia 12/9, contra o São Paulo”, explicou Carlos Antônio Pinheiro, diretor de engenharia do clube.
São etapas envolvendo operações de corte, adubação, descompactação, uso da iluminação artificial e controle de umidade. Além disso, houve trocas de gramas em alguns pontos. Nesta semana, houve um foco especial no processo de nivelamento do gramado por meio de duas ferramentas: uso de rolo-compressor e o chamado top dressing.
A acústica do estádio também foi outro problema relatado pelos torcedores e que vai passar por uma manutenção. Após a instalação de caixas de som para que os cantos das torcidas ecoem por todos os lados do estádio, uma nova solução está sendo testada na casa atleticana.
Conforme apuração de O TEMPO Sports, o Galo começou a testar algumas possibilidades de materiais em uma sala acústica. E, quando o clube tiver um parecer técnico sobre qual seria o material ideal, vai começar a instalar o produto sob as telhas da Arena MRV. A intenção é que o som bata e retorne, não sendo absorvido pela atual camada de proteção. Essas telhas, inclusive, são consideradas as grandes vilãs do problema acústico do estádio.
Neste momento, portanto, o Atlético está estudando como esse material se comporta para que o som não seja tão absorvido como ocorre atualmente na Arena MRV. A informação é que esse processo de testes está perto de terminar.
Mas, além dos problemas, a Arena MRV é a casa do time e da torcida atleticana e, por isso, as decisões devem ser jogadas no estádio. Em seu primeiro ano, quase 1,1 milhão de torcedores foram até o estádio para assistir as 32 partidas do clube, configurando cerca de 34 mil torcedores por jogo.
Além disso, os jogadores fazem a Arena como sua casa. São 20 vitórias, sete empates e apenas cinco derrotas até aqui.
O impacto financeiro também é alto. Como não precisa 'pagar aluguel' para jogar, como ocorria quando atuava no Mineirão ou no Independência, o Atlético conta agora com receitas paralelas, como a comercialização de vagas de estacionamento e venda de bebidas e gêneros alimentícios nos bares, que garantem cerca de R$ 300 mil de arrecadação por jogo.
Para se ter uma noção do peso que tudo isso representa, basta comparar os dados da Arena MRV com os anteriores à inauguração do estádio. Neste primeiro ano, o Atlético registrou cerca de R$ 47,5 milhões de lucro ao atuar 32 vezes em sua casa.
O valor é superior ao alcançado pelo clube nas 60 partidas em que fez como mandante no Mineirão desde outubro de 2021, quando a presença de público voltou a ser liberada no país após a pandemia de coronavírus. Mesmo com quase o dobro de jogos, quando atuou no Gigante da Pampulha, o lucro alvinegro foi de 'apenas' R$ 45,6 milhões.