O Atlético detalhou na terça-feira (8/7) como funciona o departamento de logística do clube, que cuida de basicamente tudo sobre as viagens e os transportes do Galo nas partidas. Criado em 2018, o departamento cuida de mais de 20 setores da estrutura atleticana e busca excelência para entregar conforto e gastos cada vez menores.

O departamento de logística do Atlético tem seis peças principais entre diretor, superintendente, gerentes e coordenadores. Eles atendem 22 setores do clube, sendo 11 deles diretamente envolvidos no futebol, como o time profissional masculino e feminino, além de todas as categorias de base, do sub-20 ao sub-8.

Integrantes do departamento de logística do Atlético

  • Pedro Tavares - diretor de competições
  • Guilherme Ribeiro - superintendente
  • Henrique Daimond - gerente e líder da logística do futebol masculino profissional
  • Luiza Duarte - coordenadora e líder da logística do futebol feminino
  • Gustavo Mota - analista e líder da logística da base
  • Guilherme Dourado - assistente e líder da logística da sede e Arena MRV

Etapas de planejamento de logística

Henrique Daimond, que foi o responsável por apresentar o departamento, destacou que o setor tem seis etapas da logística. A primeira é planejamento da viagem, quando eles recebem a demanda e mapeiam as opções. Na segunda, o alinhamento com fornecedores sobre preços e entregas. Na terceira, a comunicação, enviam as informações aos que solicitaram a demanda e são responsáveis por ela.

A quarta etapa do processo é a execução, que é acompanhar a operação e gerenciar os riscos. Depois que a operação passa, eles fazem o controle dela através de relatórios. Por fim, analisam e dão o feedback de como tudo saiu.

Etapas do processo da logística do Galo (Reprodução/Atlético)

Para conseguir tudo isso, o departamento definiu alguns procedimentos operacionais padrão (POPs), como protocolos de viagem, controle das bagagens, divisão de quartos, controle financeiro, entre outros. Isso garante que tudo seja padronizado e todos saibam o que precisa ser feito.

Dentro dessas etapas, há, por exemplo, contatos com os departamentos de outros clubes que já fizeram o mesmo trajeto. Por exemplo, na próxima semana o Galo encara o Atlético Bucaramanga, na Colômbia, pela Sul-Americana. É uma cidade nova no trajeto do clube, mas que o Fortaleza já visitou este ano. Com isso, há uma troca de informações com o clube nordestino.

Operações de viagens de jogos do profissional

Henrique revelou que os planejamentos das viagens do Atlético duram entre 29 e 31 dias. São cerca de 21 dias pré-jogo, de dois a quatro dias do jogo, e seis dias após. Isso, claro, a depender do calendário e de quando as competições confirmam data e horário das partidas.

Operações de jogos da logística do Atlético (Reprodução/Atlético)

Esse processo envolve questões internas, como contatos com quem cuida do campo (comissão técnica, fisiologia e nutrição), quem está fora dele (financeiro, jurídico e segurança), além, claro, de questões externas, como aeroportos, companhias de viagens, hotéis, entre outros.

A prioridade do Atlético é sempre que a delegação chegue com cerca de 24h de antecedência nos locais dos duelos e saia, no máximo, no dia seguinte. Alguns membros da logística e segurança (e, ocasionalmente, da nutrição e da comunicação) chegam aos locais antes para analisarem se está tudo em ordem e conforme o acordado.

“Vamos pegar o exemplo do jogo Bahia x Atlético. A Luiza (Duarte) vai para Salvador na quinta-feira (10/7) e já está em contato com a equipe adversária. Lá, vamos verificar pontos importantes, desde o trajeto de chegada até o estádio, como está o vestiário do visitante, se o acesso segue sendo o mesmo, se precisa de credencial”, explicou Henrique.

Vale destacar que o acompanhamento de um membro da logística sempre acontece nos jogos do profissional fora de casa. No feminino e na base, todo o monitoramento é feito de forma remota, ou seja, os responsáveis não viajam.

Operações aéreas do Atlético (Reprodução/Atlético)
Operações de hospedagem e transporte do Atlético (Reprodução/Atlético)

Henrique ainda deixou claro que sempre tenta atender as particularidades dos que viajam, como por exemplo um jogador que gosta de ter blackout na janela do quarto, ou que prefere ficar em um quarto com vista para o mar em jogos em cidades litorâneas. No entanto, destacou que nem sempre é possível, e que todo mundo entende isso.

Números da logística do Atlético com o profissional em 2024

  • 35 operações aéreas
  • +123h de voos
  • +1900 passageiros
  • +40 toneladas de equipamentos despachados
  • +70 mil quilômetros percorridos

Ao todo, somando todas as categorias, foram mais de 100 operações, com mais de quatro mil passageiros e mais de 300 viagens chamadas de “avulsas”, ou seja, não são operações de jogos.

Em 2025, o departamento já fez 13 operações. No mês de julho, o Atlético fará cinco jogos fora de casa, e a logística já definiu como acontecerá o deslocamento, com direito a voos diretos e retorno para Belo Horizonte mesmo em meio a dois jogos no Rio de Janeiro.