Entenda

Como o Atlético formou e chegou até a SAF? Saiba tudo sobre a mudança

O aporte total da SAF será de R$ 913 milhões, sendo R$ 313 milhões em dívidas abatidas com os 4Rs

Por Frederico Jota
Publicado em 10 de novembro de 2023 | 06:00
 
 
 
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O Atlético informou, pouco antes da votação do conselho que aprovou a transformação em SAF, que mesmo depois que mais de 100 investidores foram abordados, a conclusão era que a SAF deveria ser formada apenas por atleticanos que fossem identificados com o clube. Com o elevado endividamento (cerca de R$ 1,8 bilhão), a alta taxa de juros, a conclusão seguinte era que a SAF era a única saída viável para que o Galo pudesse fazer investimentos e sanear as dívidas. A SAF fica com 75% e a associação com os demais 25%.

Ainda de acordo com o clube, o valor de R$ 2,1 bilhões transformou o Atlético na maior SAF já feita no futebol brasileiro, assim como a que teria o maior aporte, R$ 913 milhões.

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Assim que a transformação em SAF foi oficializada, em 1º de novembro, o Galo recebeu o primeiro aporte, de pouco mais de R$ 500 milhões. Cerca de R$100 milhões ainda serão depositados nos próximos meses, enquanto o clube aguarda o fim da captação de um fundo. 

“A SAF era um projeto que sempre esteve no radar das pessoas que estão à frente do clube. Só queríamos fazer com a calma que fizemos para não entregar o clube ao primeiro interessado. Pensamos em várias alternativas de modelo de SAF até chegar na estrutura atual que entendemos ter sido a melhor opção porque ficou uma SAF de atleticanos com muitas vantagens para o Atlético”, explicou Ricardo Guimarães.

O aporte total da SAF será de R$ 913 milhões, sendo R$ 313 milhões em dívidas abatidas com os 4Rs, R$400 milhões de Rubens Menin, Rafael Menin e Ricardo Guimarães, R$ 100 milhões do FIP Vorcaro e outros R$100 milhões do Figa (Fundo de Investimento do Galo). Desse valor, o Galo já recebeu pouco mais de R$ 500 milhões.

De acordo com o CEO do Galo, Bruno Muzzi, ainda resta completar a captação dos R$100 milhões do Figa, o que deve acontecer nos próximos meses. O fundo pode ter a entrada de qualquer torcedor com investimento mínimo de R$ 1 milhão.
 
Com a maior parte do dinheiro em mãos, o Atlético se organiza para fazer o principal objetivo do clube: acabar com as dívidas. A SAF assumiu o compromisso de quitar todos os débitos do Galo. O foco principal está nas dívidas mais onerosas, com altos juros, e os débitos que podem gerar algum tipo de punição ao departamento de futebol. 

As principais decisões do Galo partirão do chamado “Conselho Administrativo da SAF”, que será formado por sete pessoas de confiança do grupo de acionistas e dois representantes da associação. Para aprovar uma pauta, será necessária a maioria simples dos votos dos conselheiros presentes. O conselho é formado por:

  • Rubens Menin - acionista da SAF
  • Rafael Menin - acionista da SAF
  • Ricardo Guimarães - acionista da SAF
  • Renato Salvador - acionista da SAF
  • Gustavo Drummond - membro do conselho deliberativo 
  • Daniel Vorcaro - acionista da SAF
  • Marcelo Patrus - acionista da SAF
  • Sérgio Coelho - presidente da associação 
  • José Murilo Procópio - vice-presidente da Associação

Outro fator que foi decisivo para que a SAF fosse formada basicamente por investidores atleticanos é para garantir que o time de futebol fosse prioridade. Isso sem falar no investimento nas categorias de base, o que pode render dividendos técnicos e financeiros. A SAF promete um fair play interno, com regras e limites máximos e mínimos no futebol.

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