A dívida do Atlético é preocupante. É uma verdadeira bola de neve. Segundo o departamento financeiro do clube, o valor devido está na casa dos R$ 580 milhões, incluindo passivos tributários, bancários e trabalhistas. Só de juros, são R$ 50 milhões anuais a pagar. "É um endividamento que vem de 30 anos. Esses juros de R$ 50 milhões por ano são impagáveis", destacou o diretor financeiro atleticano, Carlos Fabel, ao Super FC.
Apenas para quitar os juros dessa dívida, o Galo precisaria ganhar a Copa do Brasil todo ano. Com o aumento do valor da premiação neste ano, o campeão Cruzeiro abocanhou R$ 50 milhões só com a vitória na final. Somando as outras fases, a equipe celeste levou mais 11,9 milhões.
E olha que nem essa premiação gorda pode ser suficiente, haja vista os bichos pagos aos atletas (valor acordado entre diretorias e atletas jogo a jogo ou pela conquista de um campeonato), entre outras despesas.
“Você ganha a Copa do Brasil, mas fica na pressão de premiação, disso, daquilo, e acaba que você não fica com o dinheiro todo” salientou Fabel.
Para colocar as contas em ordem, o Atlético estuda abrir uma discussão no conselho deliberativo para a venda da outra metade do shopping Diamond Mall, de propriedade do clube. A outra parte foi vendida à Multiplan por R$ 250 milhões para aplicar o dinheiro na construção do estádio próprio.
"Temos obrigação de apresentar algo para sanear o Atlético. Não é nada a curto prazo, ela é embrionária. A dívida que o Atlético tem agora está equacionada, a gente consegue ir rolando", destacou.
A necessidade de um clube saneado é regra para se manter em conformidade com o Programa de Modernização da Gestão e de Responsabilidade Fiscal do Futebol Brasileiro (Profut) que, em 2015, refinanciou as dívidas dos clubes.
"Você tem que cumprir alguns números, mas você já começa o ano tendo que pagar R$ 50 milhões de juros. Para ficar enquadrado dentro das regras, não pode ter mais de 5% de prejuízo sobre sua receita", explicou Fabel.