É inegável que Antônio 'Turco' Mohamed chegou ao Atlético para tapar a lacuna deixada por Cuca, um dos maiores técnicos da história do clube e que pediu para sair ao fim do ano passado. Com as conquistas de 2021, a cobrança neste ano é maior, independentemente de quem estaria no comando do elenco, mesmo o argentino não sendo a primeira opção da diretoria – os portugueses Jorge Jesus e Luís Castro eram prioridade. Mas para a alegria e mais confiança por parte da torcida, o argentino já alcançou a primeira meta ao vencer a Supercopa do Brasil, título inédito em cima do Flamengo, rival de escala nacional.

Com poucas saídas e chegadas pontuais, o comandante vem conseguido dar uma continuidade ao trabalho do colega anterior, o que foi evidente na partida desse domingo (20) que, em relação ao time titular do ano passado, houve apenas duas mudanças: do zagueiro Diego Godín no lugar de Junior Alonso, vendido, e Savarino em vez de Zaracho, lesionado. O título valeu para mostrar que a equipe, pelo menos, se mantém praticamente no mesmo nível.

Ao falar sobre a conquista, ele não esqueceu de quem começou a montar essa equipe. "Parabéns a toda a comitiva do Atlético, aos jogadores e à Massa Atleticana. Também compartilho esse título com Cuca, que tem parte fundamental nisso. Foi merecido", disse.

Até aqui

Até os tropeços no Campeonato Mineiro são justificáveis: Turco Mohamed vinha utilizando o Estadual para testar peças em todas as posições, dando oportunidades aos reservas e aos garotos oriundos da base, que podem ser muito úteis no decorrer da temporada, por causa de lesões e desgaste físico – algo que, ao rodar o elenco, ele evita neste início.

Até aqui, foram oito jogos, sendo cinco vitórias, dois empates e apenas uma derrota. Com ele à beira do gramado, foram 16 gols marcados e apenas quatro sofridos.

Ainda é difícil frisar o que o time precisa melhorar rapidamente para jogar com excelência, visto que os considerados titulares atuaram pouco juntos por completo em 2022. Assim como não dá para apontar quais vivem uma má fase. Porém, pode-destacar os que estão em alta e pedem passagem.

Time

O goleiro Everson e o atacante Hulk são titulares incontestáveis neste momento, assim como o lateral-esquerdo Guilherme Arana e os volantes Jair e Allan – Nacho Fernánez, autor do primeiro gol na Supercopa, é outro "diferenciado". Na zaga, Godín, que falhou no gol de Bruno Henrique, ainda precisa de um tempo para se firmar, mesmo tendo um histórico vitorioso com as camisas do Atlético de Madrid e do Uruguai. Seu companheiro, Nathan Silva, que conquistou a confiança de Cuca, ainda é contestado por parte da Massa do Galo e tem à sua sombra Igor Rabello e o experiente Réver.

Na lateral-direita, Mariano parece seguir o ritmo do Galo multicampeão, mas substituições por Guga podem ser normais. Na frente, Keno vem mostrando porque deve ser mantido, assim como Zaracho, que está com incômodo na coxa neste momento.

Entre os jogadores que se destacam sempre que entram está Ademir, que chegou neste ano, e vem fazendo bons jogos, assim como o atacante Vargas, um "reserva de luxo" há um bom tempo. Outro que tende a ser uma dor de cabeça para Mohamed é o volante Otávio, que ainda não teve muitas oportunidades, mas veio para brigar pela titularidade.

Em suas entrevistas coletivas, Turco Mohamed sempre presa pelo tempo para o time ficar cada vez mais encaixado, aproveitando o entrosamento e a manutenção das peças do ano passado e, à medida que os jogos vão passando, fazer alguns testes e deixar a forma de jogo mais adequada ao seu estilo e trabalhar pelo melhor com os atletas à sua disposição.