A tabela original do Campeonato Mineiro previa para esta quarta-feira (24), o confronto entre Pouso Alegre e URT, no Manduzão, pela sexta rodada. Devido aos elevados índices de contaminação pela Covid-19 em todo o Estado, a competição está suspensa até o próximo 31 de março.
No caso do Pousão, a paralisação pode servir, também, para que o grupo se restabeleça do surto que atingiu oito profissionais do clube na semana passada. A contaminação foi detectada na quarta-feira (17), dois dias após o time vencer o Uberlândia por 3 a 1, no Triângulo Mineiro.
Testaram positivo o técnico Emerson Ávila, o auxiliar Mancuso, o zagueiro Guilherme Paranaíba e o volante Jô. Fora das quatro linhas, outros quatro funcionários: dois diretores, o motorista e o cinegrafista.
“Eles foram detectados no último exame que fizemos na quarta-feira (17). Todos estavam assintomáticos e foram imediatamente afastados do trabalho e isolados”, conta Paulo Sérgio Ladeia de Castro, o Paulo da Pinta, presidente do clube.
Segundo ele, outros três jogadores já haviam testado positivo, antes da partida contra o América, em 6 de março, além do vice-presidente Heriberto da Cunha, que ficou quase um mês no hospital, tendo sido intubado. Atualmente, encontra-se em casa terminando a recuperação.
Atitude mais firme para conter a pandemia
Apesar do considerável número de casos, Paulo da Pinta argumenta que o futebol toma mais cuidados do que as demais áreas.
“Minha opinião, não como presidente, mas como cidadão: o futebol é um dos segmentos que mais tem tido cuidado nesta pandemia. Testamos os atletas, diretoria, comissão, funcionários, toda semana. Temos um controle de quem pegou. Quando é detectado, afastamos imediatamente a pessoa para que ela não conviva no meio social, no clube. Futebol é um dos meios que mais está cuidando, inclusive gerando despesas aos clubes para fazer os exames”, argumenta o dirigente.
Paulo da Pinta admite que Minas Gerais, a exemplo de outras regiões do país, vive a fase mais crítica da Covid-19 e, por isso, cobra uma ação mais contundente do governo para frear a pandemia. Não apenas no futebol.
“Estamos no pior momento da pandemia. Hospitais lotados, não há leitos. Não adianta nada parar o futebol, que não tem torcedor, pouquíssimas pessoas acessam o estádio. Porque, do lado de fora, temos visto filas de banco, muitos vendendo bebida. As pessoas não estão indo para o bar, mas compram bebida em estabelecimentos 24 horas, nos supermercados e vão para chácaras, sítios, fazem reuniões particulares. Isso que gera contaminação”, opina.
“Para que vender bebida alcoólica? A atitude do governo deveria ser mais firme para acabar com isso (pandemia) de uma vez por todas. Não proibir o futebol, que toma os cuidados, e liberar bebida alcoólica que serve para abastecer festas clandestinas”, acrescenta Paulo da Pinta.