Cruzeiro e Palmeiras se enfrentarão na próxima quarta-feira (4), às 21h30, no Mineirão, pela penúltima rodada do Campeonato Brasileiro. Na reta final da competição, a Raposa briga para conseguir vaga para a Copa Libertadores, enquanto o Verdão segue na disputa pelo título. Além dos objetivos em jogo, a ‘briga’ agora é para definir se a partida ocorrerá com torcida única, portões fechados ou em outro estado. 

Isso porque o vice-governador de Minas Gerais, Mateus Simões, solicitou aos responsáveis pelo jogo que a torcida palmeirense ficasse impedida de comparecer ao Gigante da Pampulha na próxima quarta-feira, devido ao assassinato de João Victor Miranda, de 30 anos.

O crime ocorreu no último 27 de outubro, na Rodovia Fernão Dias, em Mairiporã, após ataque da Mancha Verde ao ônibus que transportava torcedores do Cruzeiro de Curitiba para Belo Horizonte. Outras 17 pessoas ficaram feridas.

O Palmeiras reiterou, neste sábado (30), a insatisfação com a possibilidade de não contar com sua torcida. 

“O Palmeiras discorda veementemente da sugestão do MPMG e tem convicção de que a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), em respeito à isonomia da competição, trabalhará em conjunto com as autoridades de segurança pública do estado para assegurar que a partida em questão, de caráter decisivo, tenha torcedores dos dois clubes – a exemplo do jogo disputado entre as equipes pelo primeiro turno do Brasileirão, no Allianz Parque”, diz um trecho da nota publicada pelo clube paulista.

Indefinição

A Federação Mineira de Futebol (FMF), responsável por organizar as partidas no Estado, informou que até a tarde deste sábado (30) não havia recebido nenhum comunicado da CBF ou do MPMG acerca do imbróglio. 

O  Verdão, por sua vez, revelou que, após a manifestação do  vice-governador de Minas Gerais contra a presença dos palmeirenses no Mineirão, recorreu à CBF. 

“Cabe salientar que ainda no dia 19 de novembro, logo após o vice-governador de Minas Gerais defender publicamente a realização da partida da próxima quarta-feira com torcida única do Cruzeiro, o Palmeiras enviou ofício à CBF contestando a ideia e sugerindo que, em último caso, se verificada a incapacidade do governo mineiro de garantir a segurança dos palmeirenses no estádio, a entidade determinasse a alteração do local do jogo para uma cidade de outro estado”, revelou o Palmeiras.

Justiça

Quando declarou que solicitaria torcida única, Mateus Simões prometeu levar o caso a outras instâncias, caso o pedido não fosse atendido. 

Mateus Simões, vice-governador de Minas Gerais

 

“Fizemos pedidos aos responsáveis que o jogo seja de torcida única. Se isso não for atendido, já que não somos nós que tomamos essa decisão, vamos judicializar, para impedir que a torcida do Palmeiras frequente o estádio”, prometeu, durante entrevista no Departamento Estadual de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).

Procurado, o vice-governador não se manifestou até a publicação desta matéria. Havendo retorno, o texto será atualizado. 

A CBF não retornou o contato.

O Cruzeiro não retornou o contato.