Após receber o comunicado da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) para o jogo contra o Palmeiras ocorrer sem torcedores no Mineirão, o Cruzeiro se posicionou oficialmente sobre o assunto, nesta segunda-feira (2/12). O clube se demonstrou insatisfeito com a decisão, mas revelou preocupação com a segurança das pessoas dentro e fora do estádio.
Conforme nota, a medida é prejudicial desportivamente. "O clube entende que a decisão em questão penaliza injustamente a sua torcida e a instituição, em termos desportivos, pois o compromisso tem importância fundamental na busca por uma vaga na Copa Libertadores, e financeiramente, para além do Cruzeiro, mas também para todos os envolvidos no evento, como fornecedores e trabalhadores", informou.
A Sociedade Anônima do Futebol (SAF) também afirmou que, nos últimos dias, buscou uma solução junto às autoridades. Apesar de confiar nas entidades que prestam segurança em Minas Gerais, a direção da Raposa acredita que, caso os torcedores corram riscos, a partida deveria ser realizada com a presença apenas da China Azul.
Nota
"Sobre os recentes desdobramentos a respeito da situação da presença das torcidas na partida entre Cruzeiro e Palmeiras, nesta quarta-feira, às 21h30, no Mineirão, o Cruzeiro vem a público externar sua profunda insatisfação com a indicação para que o jogo aconteça de portões fechados.
O clube entende que a decisão em questão penaliza injustamente a sua torcida e a instituição, em termos desportivos, pois o compromisso tem importância fundamental na busca por uma vaga na Copa Libertadores, e financeiramente, para além do Cruzeiro, mas também para todos os envolvidos no evento, como fornecedores e trabalhadores.
Há dias, o Cruzeiro busca uma solução para o caso e mantém conversas ativas com o Governo do Estado de Minas Gerais, o Ministério Público, a Polícia Militar, a Confederação Brasileira de Futebol e com a Federação Mineira de Futebol.
O clube confia nos órgãos de segurança pública do Estado para garantir que o evento ocorra com a devida seguridade. Contudo, diante do acontecimento recente, o Cruzeiro se posicionou preocupado, exclusivamente, com a segurança dos torcedores e da população, tanto dentro quanto fora do estádio, mantendo sua forte posição contrária a qualquer ato de violência. Caso não haja essa garantia, o Cruzeiro concebe que a partida conte com a presença de, ao menos, sua torcida.
O clube reforça que o fechamento dos portões, com a ausência da Nação Azul, configura uma penalização indevida, referente a um episódio que não foi motivado por torcedores do Cruzeiro, além de representar um prejuízo para o esporte em sua essência. O clube acompanha ativamente o desenvolvimento desta situação e almeja um desfecho assertivo para o caso."
Entenda
Na madrugada do dia 27 de outubro, dois ônibus com integrantes da Máfia Azul, que retornavam de Curitiba, sofreram uma emboscada na rodovia Fernão Dias, na altura de Mairiporã, interior de São Paulo. Membros da Mancha Alvi Verde atiraram diversos artefatos nos veículos, e um deles foi incendiado.
Obrigados a saírem, cruzeirenses foram espancados. Ao todo, 17 pessoas ficaram feridas e um homem de 30 anos, natural de Sete Lagoas-MG, morreu. Facções são conhecidas pela rivalidade e por atos de violência.
Devido a isso, o governo do Estado mineiro e o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) recomendaram que o jogo entre Cruzeiro e Palmeiras, marcado para esta quarta-feira (4/12), às 21h30 (de Brasília), fosse com torcida única. Autoridades temem o reencontro de integrantes das facções.
O Palmeiras afirmou que não considerava a medida isonômica, visto que prejudicaria o time paulista, que briga pelo título do Campeonato Brasileiro. Porco afirmou que, caso MG não tivesse poder de fornecer segurança, que o evento ocorresse em outro Estado.
Já nesse domingo (1/12), a CBF determinou que a partida ocorra de portões fechados. A equipe alviverde considera inaceitável que um confronto violento, longe de um estádio e fora de um dia de jogo oficial, resulte num prejuízo dessa magnitude.