Rebatendo a versão até então apresentada pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF), a Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) afirmou ter garantido a segurança 'em qualquer cenário' para a realização da partida entre Cruzeiro e Palmeiras, nesta quarta-feira (4), às 21h30, no Mineirão, pela 37ª rodada do Brasileirão.

Inicialmente, a entidade que comanda o futebol brasileiro havia determinado a realização da partida com portões fechados, insinuando que a decisão também se devia ao fato de a PMMG não ter dado garantia de segurança para a realização do jogo em função da rivalidade entre torcidas organizadas de Cruzeiro e Palmeiras.

No episódio mais recente da richa entre Máfia Azul e Mancha Alvi Verde, um cruzeirense morreu e cerca de 20 ficaram feridos após o ônibus em que estavam ter sido vítima de uma emboscada da organizada palmeirense. 

Após a decisão inicial da CBF, o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e o governo de Minas entram com pedido na Justiça para que o confronto fosse realizado apenas com a presença de torcedores do Cruzeiro. A entidade, entretanto, não concordou, afirmando que tal fato feria "a isonomia" da disputa, já que o Palmeiras não poderia contar com a presença de seus torcedores.

Entretanto, somente na noite desta terça (3), menos de 24 horas antes do horário previsto para a realização da partida, a CBF voltou a se posicionar e 'transferiu a responsabilidade' para a PMMG.

Comandante-geral da corporação, o Coronel Carlos Frederico Otoni Garcia enviou um ofício à CBF reforçando que a PMMG já havia se comprometido a garantir a segurança interna e externa para realização da partida.

"Considerando que se trata de um evento privado e diante da manifestação sobre a possibilidade de sua realização nas modalidades de torcida mista ou com portões fechados (sem torcida), informamos que, em quaisquer dessas opções, conforme for deliberado por essa entidade, adotaremos todas as medidas cabíveis para garantir a segurança interna e externa", destaca trecho do documento.

A PMMG convocou uma coletiva de imprensa para às 10h desta quarta (4) para dar mais detalhes sobre a questão.

DECISÃO JUDICIAL

De toda forma, mesmo com o posicionamento da PMMG, uma decisão judicial, proferida na noite desta terça (3), já havia indeferido o pedido do MPMG e do governo de Minas por torcida única para a partida.

A decisão é assinada por Ricardo Sávio de Oliveira, juiz da 1ª Vara da Fazenda Pública e Autarquias de Belo Horizonte.