Confirmado como novo técnico do Cruzeiro, o português Leonardo Jardim será o 9º treinador estrangeiro na história do clube celeste.

Até o momento, a lista de 'gringos' que comandaram a Raposa conta com treinadores italianos, uruguaios, argentinos e portugueses.

Levando em conta a data de fundação do clube, em 1921, ainda como Palestra Itália, o primeiro estrangeiro a assumir a função de treinador foi justamente o italiano Matturio Fabbi, que dirigiu a equipe em mais de 200 jogos, tendo sido tricampeão mineiro.

Seu compatriota Nello Nicolai também assumiu o cargo de técnico da equipe, tendo passagens antes e depois da mudança de nome para Cruzeiro.

O primeiro treinador sul-americano a dirigir a Raposa foi o uruguaio Filpo Núñez, que teve sua primeira passagem pelo clube em 1953 (voltaria depois, em 1970).

Depois, o Cruzeiro ficaria décadas sem ter um comandante estrangeiro. A 'escrita' só foi rompida em 2016, quando o clube contratou o português Paulo Bento. Mas a passagem dele pela Toca da Raposa foi conturbada e muito curta.

Somente nesta década a Raposa já teve três técnicos estrangeiros. Todos durante a gestão Ronaldo Fenômeno. Em comum, chegaram como 'apostas', já que eram pouco conhecidos no futebol brasileiro: o uruguaio Paulo Pezzolano, o argentino Nicolas Larcamón e o português Pepa. Destes, apenas Pezzolano conseguiu conquistar um título.

Agora, o também lusitano Leonardo Jardim chega ao clube para aumentar esta lista.

Todos treinadores estrangeiros do Cruzeiro (desde 1921):

  • Matturio Fabbi (Itália)
    1928 a 1932; 1933 a 1936; 1938 a 1939 
    201 jogos - 112 vitórias, 31 empates, 58 derrotas
    60,8% de aproveitamento
    Tricampeão Mineiro (1928, 1929, 1930)

  • Nello Nicolai (Itália)
    1935 a 1937; 1939 a 1940; 1946
    53 jogos - 21 vitórias, 10 empates, 22 derrotas
    27% de aproveitamento
    Como jogador, foi um dos titulares no primeiro jogo oficial do Cruzeiro, na estreia contra o Atlético, no Campeonato da Cidade de 1921. Como treinador, não teve o mesmo sucesso, tendo passagens curtas a frente da equipe.

  • Ricardo Díez (Uruguai)
    1953
    12 jogos - 4 vitórias, 3 empates, 5 derrotas
    41,7% de aproveitamento
    Havia comandado o América, em 1946, e o arquirrival Atlético entre 1950 e 1951. No Cruzeiro acabou não conseguindo bons resultados e foi demitido após apenas 12 partidas.

  • Filpo Núñez (Argentina)
    1955 / 1970
    30 jogos - 11 vitórias, 8 empates, 11 derrotas
    45,5% de aproveitamento
    Em sua primeira passagem pelo clube, permaneceu apenas cerca de três meses no comando, após um início ruim no Campeonato Mineiro
    Teve uma segunda passagem pelo Cruzeiro em 1970, mas também não suportou a pressão pelos resultados ruins, não completando sequer 45 dias.

  • Paulo Bento (Portugal)
    2016
    17 jogos - 6 vitórias, 3 empates, 8 derrotas
    41,7% de aproveitamento
    Ex-treinador da seleção portuguesa, chegou com muito cartaz ao Cruzeiro, mas não conseguiu emplacar, durando pouco mais de dois meses no cargo.

  • Paulo Pezzolano (Uruguai)
    2022 a 2023
    68 jogos - 38 vitórias, 13 empates, 17 derrotas
    62,2% de aproveitamento
    Primeiro treinador da gestão Ronaldo no Cruzeiro, Pezzolano chegou sob muita desconfiança, mas conseguiu organizar a equipe, que se sagrou campeã da Série B do Brasileiro. No ano seguinte, entretanto, após um início ruim no Campeonato Mineiro, acabou demitido

  • Pepa (Portugal)
    2023
    26 jogos - 8 vitórias, 8 empates e 10 derrotas
    41% de aproveitamento

    Anunciado como substituto de Pezzolano, teve um bom começo de Campeonato Brasileiro pela Raposa, mas viu a equipe cair de produção após problemas de lesões no elenco e foi mais um a não resistir à pressão, acabando demitido.

  • Nicolas Larcamón (Argentina)
    2024
    42 partidas - 20 vitórias, 11 empates, 11 derrotas
    56,3% de aproveitamento

    Outra 'aposta' da gestão Ronaldo Fenômeno no Cruzeiro, Larcamón não teve vida longa na Raposa. Não resistiu à eliminação ainda na primeira fase da Copa do Brasil, diante do modesto Sousa, da Paraíba, e a perda do título Mineiro para o Atlético, não completando sequer quatro meses no cargo.