Embora ainda estejamos no começo da temporada, grande parte da torcida celeste já se impacienta com a possibilidade de os medalhões que foram contratados para resolverem os problemas do time decepcionarem, algo que ela já viveu ao longo da sua história.

Gabigol, por exemplo, que chegou com o status de artilheiro e bicampeão da Libertadores com o Flamengo, tem sido cada vez mais cobrado, após ser expulso infantilmente no clássico contra o Atlético que poderia eliminar o rival do Campeonato Mineiro, além de desperdiçar chances claras de gol na partida decisiva contra o América e de só marcar uma única vez com a bola rolando até aqui, diante do Itabirito.

Em 1997, o Cruzeiro cometeu aquele que muitos consideram o mais grave equívoco da primeira e vitoriosa administração de Zezé Perrella à frente do clube. Bicampeão da Libertadores com uma equipe treinada por Paulo Autuori que tinha o meia Palhinha como principal articulador e consagrou o lateral Elivélton como herói do título, o Cruzeiro resolveu deixar de lado as peças que tinham sido fundamentais para levantar a taça e apostou na contratação de medalhões para a partida única contra o Borussia Dortmund, no Mundial de Clubes.

O principal deles era Bebeto, campeão do Mundo com a Seleção Brasileira em 1994. Mas, assim como Donizete Pantera e Gonçalves, vindos do Botafogo, Bebeto não viu a cor da bola e o time desentrosado saiu derrotado.

No ano de 2001, o mesmo Zezé Perrella voltou à carga na formação de uma equipe estrelada que deu com os burros n’água. Principal contratação da temporada, Edmundo chegou ao lado de medalhões como o volante colombiano Rincón e o meia Alex, que, ao retornar ao Cruzeiro em 2003 se redimiria com juros e correção monetária. Mas tanto Rincón quanto Edmundo não tiveram essa chance.

O estopim para a demissão por justa causa de Edmundo foi a partida contra o Vasco em que o Cruzeiro foi goleado por 3 a 0 e ainda viu o atacante desperdiçar um pênalti no último minuto. Antes da partida, ovacionado pela torcida vascaína, ele havia dito que não gostaria de marcar um gol contra sua equipe de coração. Cabe lembrar que Edmundo nunca foi um bom batedor de pênaltis. O saldo da passagem foi de 6 gols em 15 jogos.

Nada, porém, se compara à expectativa que havia na torcida do Cruzeiro em 2004, após o ano mais vitorioso de toda sua rica história, com a conquista da então inédita Tríplice Coroa que contemplou Campeonato Mineiro, Copa do Brasil e o primeiro Campeonato Brasileiro de pontos corridos, com um futebol de encher os olhos.

Para ampliar a euforia, a diretoria anunciou a contratação de Rivaldo, um dos destaques na campanha do pentacampeonato mundial da Seleção Brasileira, ídolo do Barcelona que vinha atuando pelo Milan.

Rivaldo chegou a pedido de Vanderlei Luxemburgo para uma dobradinha considerada imbatível com Alex, o Talento Azul da camisa 10. Mas a decepção foi enorme. Rivaldo entrou em campo apenas 11 vezes e marcou 2 gols. Com os maus resultados e a demissão de Luxemburgo, ele pediu dispensa da Raposa.