O Cruzeiro planeja uma homenagem para a filha do gari Laudemir de Souza Fernandes, de 44 anos. O homem foi baleado e morto na última segunda-feira (11), no bairro Vista Alegre, na região Oeste de Belo Horizonte. O suspeito do crime é o empresário Renê da Silva Nogueira Júnior, de 47 anos, que teve a prisão convertida em preventiva nesta quarta-feira (13/8)

A ideia é levar a filha de Laudemir para conhecer as dependências da Toca da Raposa II e levá-la para assistir a uma partida do time celeste no Mineirão. A garota, de apenas 15 anos, revelou que um dos legados deixados pelo pai foi o amor pelo Cruzeiro. A jovem também revelou nunca ter ido ao Gigante da Pampulha. 

"Com certeza, ele vai ficar sempre guardado. Além disso, ele deu isso aqui para mim (mostrou uma corrente com o escudo do Cruzeiro). Cruzeirense fanático, muito. Eu sonho (em conhecer o Mineirão)", afirmou, em entrevista à TV Alterosa.

O clube celeste ainda não tem uma data definida para levar a garota à Toca da Raposa II. Quanto ao jogo no Mineirão, o plano é levá-la para assistir à partida entre Cruzeiro e Internacional, no próximo dia 23 de agosto, um sábado, partida válida pela 21ª rodada do Campeonato Brasileiro 2025.

O crime

Na manhã de segunda-feira (11/8), por volta das 9h, houve uma confusão no trânsito no bairro Vista Alegre, região Oeste de Belo Horizonte. Um caminhão de coleta de lixo estava parado quando um carro BYD cinza, vindo na direção contrária, se aproximou. O motorista do carro — apontado como o suspeito — teria sacado uma arma e ameaçado a condutora do caminhão, dizendo que “iria atirar na cara” dela. Logo depois, ele teria atirado contra o gari Laudemir de Souza Fernandes, que estava trabalhando na coleta.

O gari foi atingido na região torácica, próximo às costelas, e socorrido ao Hospital Santa Rita, em Contagem, mas não resistiu aos ferimentos. Após o disparo, o suspeito fugiu no mesmo carro BYD cinza e foi localizado pela polícia na tarde do mesmo dia, enquanto malhava em uma academia de alto padrão no bairro Estoril. Ele foi preso sem oferecer resistência. Conforme relatos das testemunhas, pouco antes de ser atingido, Laudemir teria dito: “Acertou em mim”. Testemunhas que estavam no local do crime afirmaram que o suspeito “saiu tranquilo e com semblante de bravo” após atirar na vítima.

A vítima

A vítima foi identificada como Laudemir de Souza Fernandes, 44 anos, gari da Localix Serviços Ambientais. Colegas e parentes o descrevem como trabalhador, pacífico e dedicado à família. Laudemir deixou esposa, uma filha de 15 anos e enteadas; segundo testemunhas e familiares, era muito querido no trabalho e em casa.

Segundo Ivanildo Gualberto Lopes, sócio-proprietário da Localix, Laudemir tentou apaziguar a situação durante a confusão no trânsito e acabou sendo atingido enquanto trabalhava. “Agora vai estar nas mãos da Justiça e nós iremos acompanhar”, afirmou Ivanildo.

Versão de Renê

Renê da Silva Nogueira Júnior, 47 anos, negou a autoria do crime durante o depoimento. Segundo ele, no dia do homicídio, saiu de casa às 8h07 e seguiu o trajeto que costuma fazer até Betim, onde trabalha. Relatou que chegou à empresa, saiu para almoçar, retornou ao trabalho, voltou para casa ao final do expediente, trocou de roupa, saiu para passear com os cães, guardou os animais e foi à academia.

A PCMG informou que as imagens de câmeras de segurança estão sendo analisadas para confrontar a rota e os horários descritos por Renê. Segundo a corporação, “tem que ser comprovado” o trajeto narrado pelo suspeito. Até o momento, Renê não passou por exames periciais.