O Conselho Fiscal do Cruzeiro recebeu nesta quarta-feira (23) os contratos, acordos, balanços e a situação real de patrimônios do clube. Setor fez a solicitação no início da semana em carta endereçada ao presidente Sérgio Santos Rodrigues – principal objetivo é ter mais clareza quanto ao negócio envolvendo a venda de 90% da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) a Ronaldo Nazário.

À reportagem, Demetrius Granata, um dos membros do Conselho Fiscal, contou que ainda faltam alguns documentos, que devem ser recebidos nos próximos dias. Segundo ele, haverá uma reunião nesta quinta-feira (24) entre a mesa. "Uma pessoa específica vai analisar tudo que a gente recebeu, principalmente os contratos, para dar um parecer", explicou.

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Ainda de acordo com Granata, o Conselho deve se posicionar de forma oficial em breve para falar sobre a gestão de Rodrigues e o que acha das negociações envolvendo a SAF e o investidor.

Veja o que foi solicitado:

- Acordo tributário com a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN), o qual as Tocas da Raposa I e II são objeto de garantia;

- Situação dos imóveis do Cruzeiro em forma de documentos;

- Salários de todos os funcionários comprovados durante a gestão de Sérgio;

- Contrato com a XP Investimentos (empresa financeira que auxilia na SAF);

- Contrato com a Alvarez & Marsal (empresa que ajudou a desenvolver a SAF);

- Acordos com a WeWork (empresa que o Cruzeiro fechou parceria para realocar sua sede);

- Todos os balanços mensais da atual gestão.

Entenda

Após Ronaldo solicitar alterações no acordo envolvendo a compra da SAF, diversos conselheiros questionaram o negócio. O principal ponto foi uma possível falta de transparência.

Depois da gestão de Wagner Pires de Sá e Itair Machado, acusados de diversos crimes e de levarem o Cruzeiro para o "buraco", o Conselho Deliberativo do clube foi apontado como omisso, já que não via os crimes e irresponsabilidades cometidas.

No dia 4 de abril, os conselheiros votarão se aceitam ou não os pedidos do investidor. Em caso de desaprovação, Ronaldo pode até desistir do negócio.