Henrique chegou ao Cruzeiro em 2008 à Toca da Raposa II sob as bênçãos de Adílson Batista, treinador que o lançou para o futebol nos tempos de Figueirense e também no Jubilo Iwata, do Japão. O início de Henrique com a camisa celeste não foi nada fácil. Reserva, ele tinha a ingrata missão de, geralmente, entrar em campo substituindo um atacante. E bastava algum passe errado para o ainda jovem atleta, de 22 anos, ser taxado de “afilhado” ou “queridinho” de Adílson Batista nas arquibancadas.
À época, o Cruzeiro tinha como titulares a trinca de volantes formada por Fabrício, Paraná e Ramires, uma sequência interrompida vez ou outra por Charles.
A titularidade de Henrique só foi consolidada mesmo a partir do segundo semestre de 2008, quando o jogador passou a ser uma figura de extrema importância para o esquema tático de Adílson e chegou, em poucos anos, à seleção brasileira.
Hoje, o “afilhado” de Adílson é simplesmente o capitão do Cruzeiro, responsável por levantar de forma seguida dois títulos de Copa do Brasil, um feito inédito no futebol brasileiro. No currículo, são 455 jogos pela Raposa, números que fazem dele o décimo atleta que mais vestiu a camisa celeste, dois atrás de Palhinha, o nono colocado, com 457 partidas.
“A gente começa engatinhando e vai aprendendo com os outros jogadores que vão passando. E eu era muito calado antigamente. Eu observava muito e via os capitães falando e como eles se expressavam. Sempre fui de observar e trazer isso para minha vida. Eu pensava: ‘um dia eu posso ser dessa forma, né’”, apontou Henrique, que se tornou um capitão exemplar, assim como Adílson Batista, e que também “bebeu” de outra fonte de sabedoria.
“Eu joguei seis anos com o Marquinhos Paraná. Era um jogador que também jogava e marcava, mas não tomava muito cartão. Ele fazia muito essa leitura de jogo, ele se posicionava bem. Então, ele era mais velho e eu o observava porque eu queria aprender. E isso eu aprendi muito com esse atleta”, completa.
Uma referência para os companheiros que, assim como ele, vivem o Cruzeiro há tanto tempo.
“O Henrique é uma das referências do clube, é um cara que é exemplo dentro e fora de campo. Um jogador com total autoridade, o que ele fala, coloca em prática, é importante ressaltar isso. Por essas razões, ele acaba sendo uma das referências para quem sobe”, salientou o zagueiro Léo.