Banida dos estádios de futebol por seis meses, a princípio em Minas Gerais, a torcida do Cruzeiro Máfia Azul respondeu nesta terça-feira (30) de maneira oficial ao Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). No documento, a organizada pediu que sua suspensão seja revogada, tendo como base a justificativa que nada tem a ver com os criminosos que atacaram um coletivo e mataram uma pessoa em Belo Horizonte.

Após a partida do Galo contra o Fluminense, nesse domingo (28), no estádio Mineirão, um ônibus com membros da torcida Galoucura foi interceptado por integrantes rivais na região do Barreiro e apedrejado. Oito pessoas ficaram feridas, sendo que um jovem de 20 anos morreu. Saiba mais AQUI.

A Federação Mineira de Futebol (FMF) acatou a recomendação do MPMG. Conforme o órgão, o “banimento temporário consiste na proibição do uso, porte e exibição de qualquer vestimenta, faixa, bandeira, instrumento musical, ou qualquer objeto que possa caracterizar a presença da torcida organizada”. Intenção é suspender a torcida em todo o país. O MPMG recomendou ainda que a Máfia Azul não utilize suas sedes nos dias de jogos, sob pena de multa de R$ 50 mil.

Resposta

Na defesa, a Máfia Azul alega que, caso os envolvidos sejam condenados, tais penas não afetarão nenhuma instituição que eles estão envolvidos. "Nossa Constituição Federal – Lei Maior do Estado Democrático de Direito assim leciona como Direitos e Garantias Fundamentais em seu art. 05º (destacamos); XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido". informa.

Além disso, a agremiação nega que os suspeitos sejam seus membros. "Não resta despiciendo relembrar que os acontecimentos foram procedidos em local diverso e distante da sede da instituição, em horário alheio ao seu funcionamento, e, em data que sequer havia jogo do Cruzeiro Esporte Clube. Destacamos ainda que nenhum dos supostos envolvidos se faz comprovadamente membro da Agremiação, e, constante em seus cadastros, assim como, sequer estavam trajando vestimentas da Máfia Azul", diz.

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"Logo, concessiva vênia, não se pode penalizar a coletividade por atos absolutamente isolados e individuais. Não se pode julgar o todo pela parte, assim como não se pode julgar a parte pelo todo. Não se pode julgar o geral pelos aparentes atos de alguns", completa.

Por fim, a Máfia Azul afirma que vai trabalhar para manter a paz entre as torcidas e reafirma o seu principal objetivo, que é de apoio ao Cruzeiro. "Esta organizada reitera que possui como único intuito seu irrestrito apoio ao Cruzeiro Esporte Clube, função esta exercida com afinco há 44 anos, o qual pretende assim o manter, não só pelos próximos 06 meses, mas, por toda sua ainda longa e duradoura existência; Reforçamos por fim que vamos trabalhar e articular com a responsabilidade a nós exercida, na tentativa da diminuição de problemas como os apresentado no presente Inquérito", completa.