O técnico Mano Menezes ficou irritado em sua entrevista coletiva após a eliminação nos pênaltis para o River Plate, nas oitavas de final da Copa Libertadores, nesta noite, no Mineirão. O treinador foi questionado pela decisão de manter Thiago Neves, mesmo esgotado fisicamente, em campo, teoricamente pensando na disputa de pênaltis com os Millonarios, e também por ter armado uma equipe defensiva com três volantes em casa, em uma partida decisiva. Quando perguntado sobre isso, o comandante celeste, criticado por, na avaliação de alguns jornalistas e torcedores, ter deixado de acreditar na classificação no tempo normal e ter apostado nas penalidades, atacou os "aproveitadores".

"Já imaginava que iam aparecer os primeiros aproveitadores após a eliminação. Em nenhum momento o Cruzeiro deixou de acreditar. O Cruzeiro lutou até o final dos 90 minutos para marcar o gol. O Thiago (Neves) não ficou para bater pênalti, mas sim porque é um jogador capaz de marcar gol a qualquer minuto. Não se trata de estilo. O Cruzeiro já jogou, depois de 1997, quando disputou o bicampeonato da Libertadores, 11 edições da Libertadores. Passaram oito treinadores diferentes nesses torneios. Todos com estilos diferentes e maneiras diferentes de jogar, e ninguém conseguiu ganhar, e isso porque é difícil ganhar a Libertadores", afirmou Mano Menezes.

"Nós perdemos nos pênaltis. Ninguém com um pouquinho de caráter pode dizer que o Cruzeiro não lutou até o fim para vencer. O Thiago (Neves) ficou até o fim porque tinha capacidade de decisão. O Thiago não ficou para bater pênalti, e sim porque acreditamos que ele, acostumado a esses momentos de decisão, poderia decidir a partida em um lance e construir a vitória que a gente precisava", completou.

Sobre a escalação com três volantes, Mano explicou a razão de sua escolha. "Sabíamos que seria difícil derrotá-los mesmo em casa. Começamos mal a partida porque erramos muito no começo, muito em saída de bola, e eles tiveram os méritos de marcar. Depois da primeira chance clara de gol, que foi a do Pedro (Rocha), as coisas começaram a se ajeitar mais, o time equilibrou o jogo e passamos a criar mais. Nós tivemos dificuldades na escolha da escalação ideal porque Robinho só tinha condição para 30 minutos, então optamos pelo time que encerrou a partida lá", disse.

"Por isso quando deu 15 minutos (do segundo tempo) tiramos um volante (Ariel) e colocamos o Robinho. Tivemos oito oportunidades. Não foi por falta de tentativa ou de esforço, foi porque o jogo é grande, e não é por jogar desse ou daquele jeito. O nosso adversário sempre jogou ofensivamente e não conseguiu marcar gol no Cruzeiro em 180 minutos. Perdemos hoje da mesma maneira que ganhamos muitas vezes nos pênaltis. Estamos tristes como o torcedor está triste, mas lutamos muito", concluiu o treinador.

Após a eliminação na Libertadores, o Cruzeiro já vira a chave para o Campeonato Brasileiro. Neste domingo (4), às 19h (de Brasília), a Raposa tem clássico com o rival Atlético pela frente, no Independência. Na 16ª posição, apenas um posto acima do Z4, o time estrelado precisa do triunfo para se distanciar da zona de rebaixamento e se recuperar ganhando moral antes do duelo com o Internacional, pela Copa do Brasil, na próxima quarta-feira, no Mineirão. A equipe de Mano Menezes não marca gol há seis jogos e só venceu uma de suas últimas 16 partidas.