Não foi desta vez que Ana Marcela Cunha conquistou a sonhada medalha de ouro na prova de 10 km de águas abertas. Na madrugada desta quarta-feira (16/7), a atleta brasileira finalizou em sexto lugar, expressando forte descontentamento com as condições da prova, especialmente o calor intenso e a qualidade da água na Palawan Beach.
A prova dos 10 km, considerada a mais tradicional nas águas abertas, enfrentou desafios desde o início da semana. Originalmente programada para Sentosa, a disputa foi adiada duas vezes devido à poluição e ao calor extremo em Singapura. Os termômetros chegaram a registrar 31ºC, uma temperatura considerada excessiva para competições de alto rendimento.
"Quando eu bati (no pórtico), foi um alívio. Estamos há 36 horas esperando essa prova. Parece até uma brincadeira com os próprios atletas. Primeiro, a preocupação era com o calor, com a água quente. Depois, do nada, uma água com qualidade a desejar. Lógico que não nos importamos com isso, mas foi toda uma preparação feita para todo mundo igual", disse Ana Marcela.
Campeã olímpica em Tóquio, em 2021, nesta distância, Ana Marcela obteve o sexto lugar, com o tempo de 2h09min21s90. A brasileira buscava o único ouro que falta em sua coleção. Ela já foi campeã mundial nas provas de 5km e 25km. Nos 10km, ela já foi prata em Barcelona-2013 e bronze em três edições do Mundial (Kazan-2015, Budapeste-2017 e Budapeste-2022).
No total, Ana Marcela sonha incríveis 17 medalhas na competição. "Estou contente e orgulhosa da minha prova e da minha trajetória, desde 2006. São quase 20 anos brigando por medalhas em Mundiais." A também brasileira Viviane Jungblut terminou na 17ª posição, com 2h14min17s40.
Aos 33 anos, Ana Marcela evita falar em aposentadoria. Ana Marcela Cunha continua a ser questionada sobre uma possível aposentadoria, especialmente com a proximidade da Olimpíada de Paris 2024. No entanto, ela evita definir datas ou fazer previsões sobre o fim de sua carreira.
"A gente treina e faz tudo para ser uma prova em que a gente busque o primeiro lugar. Sempre foi um sonho ganhar essa medalha de ouro nos 10km. Ainda não foi. Não sabemos se teremos outra chance", comentou, nesta quarta. "Um sexto lugar não deixa de ser um bom resultado. Sei que a torcida é grande e espera muito mais da gente. Mas estou feliz".
A prova desta quarta também foi marcada por desistências ao longo das disputas, tanto no feminino quanto no masculino. Pelo Brasil, Luiz Felipe Loureiro ficou em 20º lugar (2h03min34s20), enquanto Matheus Melecchi terminou na 28ª colocação (2h03min34s20).
Vitória histórica
Também nesta quarta, a seleção brasileira masculina de polo aquático fez bonito no Mundial. O time fez história no Mundial, garantindo vaga na próxima fase da competição ao superar o Canadá por 19 a 18 pela terceira rodada do Grupo C. Lucas Andrade foi o destaque da partida com oito gols.
O confronto foi emocionante até os segundos finais. O Brasil, que perdia o jogo, buscou uma reação espetacular, empatando em 11 a 11 e forçando a disputa de pênaltis. Na série decisiva, a equipe brasileira converteu oito cobranças contra sete dos canadenses, selando a vitória. (Com Estadão Conteúdo)