Estar em boa fase não impediu que a brasiliense Érika Miranda abandonasse a ideia de se aposentar dos tatames. Ocupando o quarto posto entre as principais atletas do mundo na categoria meio-leve, ela deixa o esporte aos 31 anos, 12 deles dedicados à seleção. Ex-atleta do Minas, Miranda estava defendendo a Sogipa-RS. No último mês de setembro, ela ficou em terceiro lugar no Mundial de Baku, no Azerbaijão. O resultado a fez ser a recordista do país na competição, com cinco medalhas, ao lado de Mayra Aguiar. 

"Hoje, com orgulho e emoção, venho despedir-me da minha carreira no Judô, esporte pelo qual vivi todos os dias com empenho, disciplina, profissionalismo e renúncias. Mas, sobretudo, com amor e paixão. Há momentos na vida que somos compelidos a tomar decisões importantes e esta, sem dúvida, é a mais difícil para mim", comenta. 

Em Olimpíadas, ela teve duas participações. Em Londres 2012 e no Rio 2016, quando ficou com a terceira e quinta posição, respectivamente. 

"A Érika é uma das pioneiras na virada que transformou o judô feminino do Brasil nessa força que ele é hoje. Ela é a comandante dessa geração. Acredito que ainda tinha lenha para queimar, mas eu respeito e compreendo essa decisão de muita coragem, virtude que ela sempre demonstrou nos tatames defendendo o Brasil", comentou Ney Wilson Pereira, gestor de Alto Rendimento da CBJ. Ele lembrou da referência que a brasiliense foi para atletas da nova geração como Sarah Menezes, Rafaela Silva, Ketleyn Quadros, Mariana Silva, Maria Portela, Mayra Aguiar e Maria Suelen Altheman.

Érika também somou 12 medalhas em Pan-Americano, sendo quatro de ouro. Outros pódios foram conquistados em Copas do Mundo, Grand Prix, Grand Slam e World Master, confirmando sua relevância para o judô feminino do Brasil.