Ayrton Senna da Silva. Simplesmente, o piloto mais épico e talentoso a guiar pela F1. Uma década inteira dedicada a maior categoria do automobilismo mundial. Ao todo foram 162 GPs disputados, com 41 vitórias, 80 pódios, 65 pole positions e três títulos mundiais. Vitorias mágicas como as de Suzuka 1988, São Paulo 1991 e Leicertershire (Donington Park) 1993 são façanhas que sempre serão lembradas. Tudo isso já é suficiente para a criação de uma obra biográfica rica.

Estrelada por Gabriel Leone e dirigida por Vicente Amorim e Júlia  Rezende, “Senna” é mais que uma simples série da Netflix. É uma verdadeira obra de arte. Um documento histórico. A obra faz um resumo das cinco fases da carreira de Ayrton no automobilismo. Resgata o início no kart e Fórmula Ford 2000, o debut na F1 por meio da Toleman, a ascensão na Lotus, o auge na McLaren e o fatídico ano de 1994 na Williams. Atuações de altíssimo nível, roteiro bem amarrado e o lado lúdico muito bem explorado. 

A rivalidade com Alain Prost é um dos pontos altos da obra. Entretanto, duas ausências me chamaram a atenção: a produção não explora as rivalidades de Senna com Nigel Mansell e Michael Schumacher. Ambos foram rivais diretos do brasileiro na disputa pelo mundial de pilotos. Mansell em 1991, quando pilotava pela Williams, e Schumacher em 1994, pela Benetton.

Apesar das ausências dos dois pilotos, “Senna” vai muito além de mostrar Ayrton como uma figura perfeita. A série revela o lado humano e falho do piloto, evidenciando incertezas pessoais e a constante busca pela excelência nas pistas. Também faz uma crítica à gestão da F1, responsável por atitudes controversas durante as décadas de 80 e 90.

Para finalizar a análise, ratifico a minha opinião: Ayrton Senna foi o mais talentoso a guiar um F1. Talvez, não o maior. Talvez, não o mais consistente. Porém, a pilotagem plástica e arrojada, além da capacidade de extrair o máximo de seus carros, fazem com que Senna seja o piloto mais espetacular da história do automobilismo mundial.