Ronaldinho Gaúcho, Ivan Rakitic, Cafu, Valderrama, Ciro Ferrara… São muitas as lendas do futebol, de várias gerações, que fizeram parte de uma das grandes iniciativas de Papa Francisco no esporte: We Play For Peace (Nós jogamos pela paz, na tradução). O corpo do pontífice, que morreu na última segunda-feira (21 de abril) é velado na Basílica de São Pedro e será sepultado na Basílica Santa Maria Maggiore

Desde que Francisco foi internado em 14 de fevereiro deste ano, após quadro de bronquite, dezenas de jogadores enviaram série de mensagens a ele. Nas imagens, os craques pediam pelo restabelecimento de sua saúde. Todos fazem parte da iniciativa solidária promovida por Francisco, que tinha a intenção de difundir os valores da paz e da fraternidade entre os povos por meio do futebol. 

Ronaldinho Gaúcho, que se aposentou dos gramados em 2018, foi um dos que enviou boas energias ao papa quando ele estava internado. “Peço a todos os amigos do futebol que te enviem um abraço fraterno, que encha seu coração e que você se recupere logo”.

O pentacampeão mundial Cafu também deixou seu recado: ‘a única coisa que peço é que papai do céu abençoe o senhor eternamente”. “E estamos esperando que volte com um sorriso como sempre”, emendou Valderrama, eterno camisa 10 da seleção colombiana na década de 90. 

Papa Francisco acreditava no esporte como uma forma de evangelização. Prova disso foram as centenas de camisas que recebeu no Vaticano, quando fiéis tinham a oportunidade de cumprimentá-lo. Cruzeirenses, americanos, atleticanos e outras centenas de torcedores mundo afora apresentaram ao papa os mantos de seu time, uma benção para possíveis campanhas bem-sucedidas em campo. 

Por falar no palco do futebol, em três oportunidades, papa Francisco conseguiu engajar a Partida pela Paz (2014, 2016 e 2022), jogos realizados no Estádio Olímpico de Roma, que contaram com a participação de mais de 150 atletas. O evento contribui para apoiar diversos programas da organização Scholas Occurrentes, que promove a educação e a inclusão social.

Benção de papa Francisco na última Partida pela Paz em 2022


Agradeço a todos vós, que vindes de diferentes lugares, de lugares distantes para jogar uma partida: um jogo, sim, mas um jogo pela paz. Isso é importante!

Pensai que, hoje, as maiores despesas do mundo são feitas na indústria armamentista. Pois, pensa-se sempre em fazer guerras para destruir. Dedicastes o vosso tempo para vir transmitir a gratuidade da paz. E a paz progride assim, com gestos como estes: gestos de proximidade, gestos de amizade, gestos da mão estendida, sempre, não com uma pedra na mão para a atirar. Obrigado por isso! São gestos pequenos, mas são sementes, são sementes de paz, capazes de mudar o mundo, porque são sementes de paz.

Obrigado, obrigado pelo que fazeis, pelo jogo de hoje, obrigado porque dizeis: “Queremos paz”, num mundo que procura sempre guerras e destruição. Obrigado!

E obrigado por nos dizerdes que é mais importante, mais importante uma bola de trapos, com a gratuidade do jogo, do que a conquista de um território com guerras, isto não está bem. Obrigado pelo vosso testemunho!

Quero abençoar todos vós, as vossas famílias, o vosso coração: que seja um coração livre, um coração que avance na construção da amizade. O mundo precisa de amizade, precisa de gratuidade.