Como evento-teste para a Copa do Mundo 2026, o Mundial de Clubes nos Estados Unidos está deixando a desejar. Não tem sido muito difícil encontrar pessoas perdidas — inclusive os voluntários e funcionários da FIFA. Antes da primeira entrevista coletiva no MetLife Stadium, dos técnicos Martin Anselmi, do Porto, e Abel Ferreira, do Palmeiras, a reportagem de O TEMPO flagrou que alguns dos trabalhadores haviam iniciado o trabalho naquele mesmo dia. Ou seja, eles caíram de paraquedas e pediam desculpas pelos eventuais erros de informação.
Um simpático segurança na porta de entrada da tribuna de imprensa do colossal estádio, para mais de 80 mil torcedores, brincava que ele havia sido chamado de última hora, mas que era melhor estar ali do que ficar em casa dormindo. E, mais uma vez, ressaltou suas próprias dificuldades, já que muitas vezes não conseguia impedir certos “furos” na segurança, como acesso em locais errados, pela dificuldade em falar com as pessoas de outras nacionalidades.
Mas nada comparado aos relatos de uma caótica abertura em Miami, no Hard Rock Stadium, onde vários jornalistas tiveram problemas na tribuna de imprensa e também para acessar à zona mista, quando a internet falhou e os voluntários da FIFA não conseguiram escanear os tíquetes online para presença no setor.
Para os torcedores, os mesmos problemas. O desencontro é visível e é aquilo, cada um por si na tentativa de resolver seus problemas, dos mais simples, como descobrir o assento, até os mais complicados, como receber o reembolso dos tíquetes comprados com valores superiores no início das vendas.
“Para um evento-teste, os Estados Unidos vão ter que melhorar bastante a organização para a Copa 2026. As informações básicas, ao menos, precisam ser dadas aos torcedores. Pelo menos imagino”, declarou empresário Robson Fernandes, que veio do Rio de Janeiro para acompanhar o Flamengo no primeiro jogo do Mundial, a partida contra o Espérance, da Tunísia, no Lincoln Financial Field, na Filadélfia.
Apesar das falhas organizacionais, o inédito torneio da FIFA, aos poucos, parece pegar no tranco, recebendo mais apelo e também caindo no gosto do brasileiro. Ao menos, pelo clima único, a experiência já está valendo a pena, como aponta o próprio Robson.
“O clima é dos melhores. É uma experiência fantástica poder estar com torcedores de todos os lugares, festejando juntos, conhecendo outras culturas e também trazendo a nossa cultura do futebol. Isso, com certeza, é o melhor de uma competição como essa”, finalizou o torcedor do Flamengo.