A temporada 2025/26 da Premier League começou nesta sexta-feira (15), com o campeão Liverpool em campo, em um dia que seria somente de festa em Anfield. Mas a primeira competição oficial sem Diogo Jota, morto em acidente automobilístico em julho ao lado do irmão André Silva, foi de emoções fortes, sufoco e homenagens aos portugueses, com muita gente com a camisa 20, flores espalhadas ao redor do estádio, faixas e bandeiras recordando o atacante.

Em campo, vitória sofrida dos mandantes, que abriram 2 a 0, permitiram a igualdade ao Bournemouth em dois contragolpes, e só definiram o triunfo por 4 a 2 nos minutos finais, apagando a frustração da perda da Supercopa Inglesa no fim de semana passado para o Crystal Palace.

Os jogadores entraram em campo com semblantes tristes e tarjas de luto. Em seu 300º jogo pela equipe, o goleiro Alisson ergueu os braços aos céus e a tradicional música 'You'll Never Walk Alone' que antecede as partidas foi cantada em dia com muitos olhos embargados por toda a arquibancada.

O minuto de silêncio foi respeitado com enorme emoção. Após uma salva de palmas e dois lindos mosaicos com DJ 20 e AS 30 nas cores da bandeira de Portugal, a bola rolou para nova temporada de um dos mais ricos e disputados campeonatos da Europa.

EM CAMPO

O jogo começou com bastante barulho da torcida para o renovado elenco do Liverpool, mais uma vez comandado em campo por Mohamed Salah, mas com reforços de alto quilate, casos do jovem craque alemão Wirtz, contratação mais cara da Premier League, os laterais Frimpong e Kerkez e o centroavante Ikitike.

Em ritmo alucinante, a partida parecia de equipes que já vinham jogando há tempos. Salah parou em defesaça de Petrovic e Szoboszlai salvou do outro lado com corte em cima da linha com somente 10 minutos. O Liverpool propunha o jogo. Em contrapartida, o Bournemouth era ousado e também chegava bem.

O minuto 20 marcou novas homenagens em Anfield, com cantoria para Diogo Jota, camisas e faixas do português mais uma vez exibidas e frases de saudade e eternizadas com seu nome acompanhado de um "caminhando sempre em nossos corações".

RACISMO

Pouco depois da metade da etapa, a partida foi brevemente paralisada por um possível ato de racismo de alguns torcedores contra Semenyo, do Bournemouth. O sistema de som enviou uma mensagem de alerta, e o jogo voltou a rolar.

E pouco depois com o primeiro gol de Ekitike na Premier League, seu segundo pela equipe. O centroavante recebeu na frente, ganhou da marcação aos trancos e mandou às redes. Celebrou fazendo o número 20 de Diogo Jota e depois juntando as mãos em símbolo de "amém".

O retorno do intervalo veio com o Liverpool encaminhando o triunfo. Ekitike serviu Gakpo, que se livrou dos marcadores e mandou no cantinho. A celebração do holandês foi uma reprise da feita pelo francês no gol inicial: número 20 com as mãos e novo "amém."

Como em todas as partidas em Anfield, a torcida queria o gol de Salah. Mas o egípcio parecia sem inspiração e não conseguia concluir suas jogadas. Mesmo com os companheiros insistindo em servi-lo. Sobrando em campo, o Liverpool se descuidou, deixando espaços, e viu Semenyo descontar em contragolpe.

O gol incendiou o aberto embate, e o que parecia impossível aconteceu. Salah perdeu a bola na área ofensiva, Semenyo cruzou todo o campo levando-a em alta velocidade e não quis saber de servir os companheiros. O ganês se livrou de Konaté e deixou tudo igual no placar.

Sem jamais desistir de empurrar o Liverpool à vitória, a torcida acabou premiada com gols no fim. O italiano Chiesa, que saiu do banco de reservas para aproveitar um rebote, fez o terceiro aos 42. O Bournemouth se lançou à frente por nova igualdade e Salah, nos acréscimos, fechou o dia, que começou triste, com enorme festa nas arquibancadas.