A taça da Copa do Mundo de 1994, levantada nos Estados Unidos, representou mais do que uma simples conquista. Para o lateral-direito Jorginho, um dos líderes daquele elenco e titular absoluto de Carlos Alberto Parreira, o título serviu para voltar os olhos do mundo para o Brasil.
“O tetracampeonato foi muito importante para nós, brasileiros, porque depois de 24 anos a gente conseguiu conquistar um título. Mundialmente, teve uma repercussão muito grande. Isso naturalmente abriu o mercado também para treinadores, aumentou o número de jogadores indo para Europa e para vários continentes, principalmente na Ásia, que estava se abrindo, e Japão, que vivia um grande momento”, avaliou Jorginho.
A conquista do tetracampeonato realmente reforçou a qualidade do jogador brasileiro e fez com o que o planeta abrisse ainda mais os olhos para os atletas canarinhos. Em 1994, 11 jogadores entre todos os 22 do elenco atuavam fora do Brasil, em mercados diversos, como Japão, Espanha, Alemanha, França e Itália. Na Copa de 1998, já eram 14. Isso, claro, sem contar aqueles que não faziam parte da seleção, mas que ganhava um mercado que nunca parou de se abrir para os brasileiros. Em 2023, nada menos que 1.217 atletas brazucas deixaram o país para tentar a sorte em todo o mundo, de acordo com a Fifa Global Transfer Report.
Isso sem falar no valor de mercado dos jogadores. Logo após a Copa de 1994, Ronaldo deixou o Cruzeiro para jogar no PSV, da Holanda, por 6 milhões de dólares (com a cotação de 2024, essa quantia seria cerca de R$ 32 milhões), uma quantia considerada alta. Hoje, Vinicius Junior, destaque do Real Madrid, tem valor de mercado de cerca de R$ 830 milhões.
Seleção tática e técnica
Jorginho também falou sobre o comprometimento do grupo da Copa de 94 e fez uma comparação com o momento atual da seleção brasileira.
“Eu era o presidente da casinha em 1994. Era o primeiro a chegar no ônibus. O Romário era o segundo e ele tinha falado: 'Quero ser o melhor do mundo'. E ele foi o melhor do mundo. Mas ele tinha compromisso com horário, tinha compromisso com treinamento. Todo mundo achava que o Romário não treinava. Ele treinava, sim. Treinava aquilo que era necessário para ele e treinava muita finalização. Quantas vezes fiz cruzamentos para ele?. O mais importante é a gente ter o foco total lá no final. Você não conquista nada sem sacrifícios”, disse o camisa 2 de 1994.