A torcida eufórica no Aeroporto de Salvador na tarde da última segunda-feira (12) já dava sinais de que o Bahia embarcava para uma missão importante. O destino era a Colômbia, onde o Tricolor enfrenta o Atlético Nacional às 19h desta quarta-feira (horário de Brasília) em busca da classificação para as oitavas da Libertadores, façanha conquistada apenas uma vez na história do clube. Não é à toa esta partida pode se tornar uma das mais emblemáticas do clube nesta década.

O Bahia depende exclusivamente das próprias forças para assegurar a vaga, já que uma vitória deixaria a equipe a uma distância suficiente dos adversários para jogar a última rodada sem preocupações. O Tricolor atualmente tem sete pontos e lidera o grupo F da Libertadores.

O simbolismo do jogo

Carimbar a vaga na próxima fase seria histórico em todos os sentidos, tanto para o Bahia quanto para o futebol nordestino. O Tricolor só alcançou esta fase da competição em 1989, quando chegou a vencer o Univesitario (PER) nas oitavas de final, mas foi eliminado pelo Internacional na fase seguinte. Em 1960 o Bahia também foi registrado como time que jogou as quartas, mas a competição foi disputada por apenas sete times, o que obrigava o campeonato a começar já em uma espécie de quartas de final (a equipe não passou dessa fase).

Não só isso, essa pode ser apenas a terceira vez em que um time nordestino vai às oitavas da competição (a depender do resultado do Fortaleza nesta terça), já que além do Bahia em 1989, o Sport, em 2009, e o Fortaleza, em 2022, conseguiram chegar no mata-mata, mas foram eliminados logo na primeira partida. O Leão da Ilha caiu nos pênaltis para o Palmeiras, enquanto o Leão do Pici foi derrotado pelo Estudiantes (ARG).

Time do Bahia reunido antes do jogo contra o Atlético Nacional

Foto: Letícia Martins / EC Bahia
Time do Bahia reunido antes do jogo contra o Atlético Nacional (Foto: Letícia Martins / EC Bahia)

Deste modo, não é exagero dizer que Bahia e Atlético Nacional é um dos jogos mais importantes da década, talvez do século, para o Tricolor, que carrega um simbolismo enorme com a possível classificação na Libertadores.

Partidas marcantes como o confronto contra o CRB, em Maceió, que sacramentou o acesso do time para a elite do futebol brasileiro em momento de reconstrução e pré-SAF, a vitória do Bahia contra o Atlético-GO pela 38ª rodada do Brasileirão passado que confimou a vaga do time na Libertadores e todos os jogos da competição continental em 2025 disputam o posto de jogo da década, mas nenhum tem o potencial de ficar guardado na memória quanto o confronto desta quarta.

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Nos braços da torcida

Caio Alexandre cumprimenta torcedores antes de embarque para Colômbia

Foto: Divulgação / EC Bahia
Caio Alexandre cumprimenta torcedores antes de embarque para Colômbia (Foto: Divulgação / EC Bahia)

Diante da ocasião, centenas de torcedores do Bahia lotaram os terminais do Aeroporto de Salvador na última segunda-feira para passar a energia para o elenco que pode voltar com a classificação na mão. Cenas de amor ao clube, como a de um menino chorando nos braços de Rogério Ceni, e de êxtase puderam ser observadas diante de uma torcida que testemunha a história sendo escrita.

- A motivação vem de dentro de cada atleta, mas também do lado externo, como o que o torcedor fez por nós ontem no aeroporto. Gostaria de destacar também o apoio que eles nos deram após a derrota em casa, depois do revés contra o Nacional. Isso mostra que o torcedor está do nosso lado, que temos feito um bom trabalho, agradando a eles e representando as cores do Bahia da melhor forma possível. Pode ter certeza que amanhã vamos lutar até o último minuto para sair com o triunfo e, como eu disse, com a classificação - destacou o volante Erick em entrevista coletiva nesta terça-feira.

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