Após Rogério Ceni perder a 'queda de braço' para alguns dos principais jogadores do Cruzeiro, a direção do clube optou por um substituto 'de peso', que chega com o aval de referências do elenco. A começar por Thiago Neves, velho conhecido do treinador desde os tempos de Fluminense, Abel terá sob seu comando atletas que terão a chance de mostrar um novo futebol e deixar a má impressão que se instaurou nos últimos jogos. A meta é tirar o clube da zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro.
A página virada de Ceni é a deixa para o Cruzeiro buscar novos dias, tendo no treinador a missão de ser o bombeiro para apagar o incêndio que foi instaurado dentro de campo. O convite fez Abel quebrar um dos seus princípios, sedento por dar resultado imediato. A primeira meta será em curtíssimo prazo, já nesta segunda, contra o Goiás, fora de casa.
"Nos últimos 15 anos, treinei cinco ou seis clubes. Não costumo pegar trabalho em andamento. Mas o mercado está muito louco, um cara treina de manhã um clube e outro já o está substituindo na parte da tarde. Queria ter mais dias para preparar o grupo, mostrar para eles minha filosofia, como vejo e enxergo futebol. No fundo, independentemente de estratégia, a parte tática boa, nos dias de hoje, é aquela que ganha", comenta.
Antes da entrevista coletiva, Abel recebeu do vice de futebol, Itair Machado, uma camisa do Cruzeiro com o número 81, em alusão ao ano em que defendeu o Cruzeiro.
"Muitos de vocês não eram nem nascidos quando eu joguei no Cruzeiro em 1981. Desde então, ficou em mim uma espécie de necessidade de gratidão com este clube. Tive a chance de retribuir isso por três vezes, quando o saudoso Maluf ainda era vivo, mas acabou não se concretizando. Agora chega a oportunidade de pagar por essa dívida, quero pagar com resultado. Sei o peso da camisa do Cruzeiro, o tamanho do clube e da capacidade individual de cada jogador", afirma.