Autor do gol que confirmou o título da Libertadores do Fluminense, na vitória de 2 a 1 sobre o Boca Juniors no sábado (4), no Maracanã, o atacante John Kennedy foi dispensado por Cruzeiro e América e rejeitado pelo Atlético quando dava os primeiros passos em sua carreira.
Mineiro de Itaúna, John Kennedy passou pela base do América quando tinha 11 anos, mas acabou dispensado pelo clube por indisciplina (teria brigado com um colega no alojamento).
Aos 13 anos, o atacante foi tentar a sorte na base do Cruzeiro, mas não permaneceu muito tempo. O treinador da época queria colocá-lo para atuar como lateral, o que John Kennedy não aceitou.
Já na tentativa no Atlético, sequer foi aprovado no teste.
John Kennedy voltou para Itaúna e chegou a disputar um campeonato por uma equipe de Conselheiro Lafaiete antes de surgir a oportunidade no sub 15 do Social, de São João del Rei.
Como a cidade seria uma das sedes da disputa da Taça BH de 2017, John Kennedy foi inscrito pelo Social na competição e, mesmo sendo dois anos mais novo que a maioria dos companheiros e adversários, foi titular da equipe.
Em um grupo que contava com Botafogo, Santos e Red Bull Brasil na primeira fase, o Social acabou se classificando em segundo lugar, atrás apenas do time carioca.
Mesmo com o Social sendo eliminado depois pelo Palmeiras nas oitavas de final da competição, John Kennedy chamou atenção dos olheiros do Fluminense e recebeu o convite para ir treinar no clube.
Seis anos depois, o atacante acaba de escrever seu nome na história do Tricolor Carioca com o gol do primeiro título de Libertadores do Fluminense.
Mas antes de chegar ao momento de apoteose, o atacante teve fases complicadas em Xerém, onde treina a base do Fluminense: entre outros atos de indisciplina, se contundiu durante uma "pelada" nas férias e faltou a algumas sessões de fisioterapia.
Neste ano, John Kennedy acabou emprestado para a Ferroviária, se destacou no Paulistão e foi reincorporado ao elenco.
Na ocasião, o técnico Fernando Diniz afirmou que faria de tudo para ajudá-lo, ressaltando que o futebol brasileiro "perde muitos talentos" por se preocupar apenas com o desempenho do jogador em campo e esquecer do lado humano.