O judô é um esporte de combate que valoriza o respeito, a disciplina e o controle físico e emocional. Por isso, além da técnica, os atletas precisam seguir um rigoroso conjunto de regras que garantem a segurança dos lutadores e o espírito ético da modalidade. A violação dessas normas pode resultar em penalidades ou até mesmo em desclassificação. O Lance! explica o que não é permitido no judô.
As regras do judô são determinadas pela Federação Internacional de Judô (IJF), que atualiza periodicamente os critérios válidos para competições oficiais. Isso inclui a definição do que é considerado falta, o que configura atitude antidesportiva e quais movimentos colocam em risco a integridade física do oponente.
As infrações no judô são divididas em dois níveis: Shido (advertência leve) e Hansoku-make (desclassificação direta). Dependendo da gravidade, o judoca pode ser penalizado durante a luta ou mesmo excluído da competição. Por isso, conhecer o que não é permitido é essencial para atletas e treinadores.
Neste artigo, listamos as principais ações proibidas no judô, explicando as regras atuais da IJF, os tipos de penalização e os motivos por trás de cada restrição. Um guia indispensável para quem pratica ou acompanha o esporte.
O que não é permitido no judô?
Tipos de punição no judô
As penalidades no judô são classificadas da seguinte forma:
- Shido: penalidade leve. Três shidos levam à desclassificação do atleta (ippon para o adversário)
- Hansoku-make: desclassificação direta por falta grave ou cumulativa após três shidos
- Algumas penalidades eliminam apenas da luta; outras eliminam de toda a competição
Essas punições podem ser aplicadas por atitudes técnicas irregulares ou comportamentos antidesportivos.
O que é proibido tecnicamente no judô
Diversos movimentos são considerados ilegais por apresentarem risco ao adversário ou irem contra os princípios do judô:
- Atingir o adversário com socos, chutes ou cotoveladas
- Atacar as pernas diretamente com as mãos ou braços (regra válida desde 2013)
- Usar chaves de braço em categorias não permitidas (especialmente nas categorias de base)
- Realizar golpes que ponham o adversário em risco direto de lesão cervical ou vertebral
- Projetar o oponente com intenção de causar dano, e não pontuar corretamente
Movimentos ilegais podem gerar hansoku-make direto, mesmo sem intenção clara de machucar.
Pegadas e grips irregulares
O controle da pegada (grip fighting) é uma parte essencial do judô, mas também tem regras rígidas:
- Segurar o quimono com os dedos dentro das mangas ou calças
- Colocar os dedos nos orifícios da manga ou parte inferior da calça
- Manter pegada cruzada por mais de alguns segundos sem atacar
- Segurar apenas uma das mãos por tempo prolongado sem iniciativa de ataque
- Puxar o adversário para baixo de forma passiva e sistemática
Essas ações podem ser consideradas antijogo e resultar em shido ou, se repetidas, em hansoku-make.
Condutas antidesportivas no judô
Além das infrações técnicas, o comportamento fora dos padrões de respeito também é punido severamente no judô:
- Desrespeitar o árbitro ou o adversário
- Abandonar o tatame sem permissão
- Recusar o cumprimento tradicional (reverência)
- Provocar, gritar excessivamente ou comemorar de forma desrespeitosa
- Simular lesões ou tentar enganar o árbitro
O judô valoriza a etiqueta e a ética. Por isso, atitudes fora do espírito esportivo são tratadas com rigor, inclusive com exclusão de competições.
Hansoku-make direto: causas mais graves
As situações que resultam em hansoku-make direto incluem:
- Aplicar um golpe proibido com risco grave de lesão
- Desrespeito grave ao adversário ou aos oficiais
- Desobediência clara às ordens do árbitro
- Utilização de substâncias proibidas (doping)
- Acúmulo de três shidos em uma mesma luta
Em torneios oficiais, a desclassificação direta pode eliminar o atleta de toda a competição, não apenas da luta em questão.