Marcelo Pereira Moreira, o Pavão, nasceu no Recife, em 15 de abril de 1974. Ainda jovem, deixou o Nordeste rumo a São Paulo e se destacou nas categorias de base do Tricolor. Foi promovido ao profissional por Telê Santana em 1991, aos 17 anos, estreando ainda com o apelido de “Pavãozinho”. Inicialmente reserva de Cafu e Vítor, teve que esperar até 1994 para ganhar espaço de verdade na equipe. O Lance! te conta por onde anda Pavão.
Naquele ano, brilhou no Campeonato Brasileiro com o time alternativo do São Paulo, apelidado de “Expressinho”. Suas atuações na lateral-direita renderam a Bola de Prata da revista Placar, o reconhecimento como melhor da posição na competição e o título da Copa Conmebol. Também integrou o elenco campeão da Recopa Sul-Americana e da Copa dos Campeões Mundiais, em 1994 e 1995, respectivamente.
O declínio precoce e as passagens por clubes menores
Mesmo com o destaque em 1994, a carreira de Pavão entrou em declínio rápido. Em 1995, passou a figurar na lista de prováveis dispensas do São Paulo. Ainda assim, seguia muito querido pela torcida: ao lado de Telê Santana, era quem mais recebia cartas de fãs no centro de treinamentos.
Em 1996, foi cogitado pelo Santos, mas acabou se transferindo para o Atlético Paranaense. Depois, acumulou passagens por Rio Branco-SP, Atlético Goianiense e Mogi Mirim. Sua carreira passou a ser marcada por trocas constantes de clube e dificuldade em manter regularidade.
No ano seguinte, aceitou a proposta do Austria Lustenau, tornando-se a contratação mais cara do futebol austríaco na época, por US$ 600 mil. Segundo o próprio jogador, foi uma surpresa: “Pensei que só tinha neve, mas cresci muito por lá. Cheguei e todo mundo me conhecia, pedindo autógrafo com bandeiras do Brasil”.
Experiência internacional e fim de carreira precoce
Após três anos na Áustria, foi contratado pelo Tenerife, da Espanha, mas não teve oportunidades. De volta ao Brasil em 2001, vestiu as camisas de clubes como Treze-PB, Mogi Mirim e Brasiliense, encerrando a carreira em 2003, aos 29 anos.
Pavão afirmou em entrevistas posteriores que a falta de um bom empresário prejudicou sua carreira. “Me enganaram muito. Faltou alguém que cuidasse direito da minha trajetória”, disse. Em várias equipes, sofreu com salários atrasados e teve de fazer acordos para receber parte do que lhe era devido.
Mesmo assim, nunca deixou de se manter ativo fisicamente e, por muito tempo, acreditou que ainda poderia jogar profissionalmente. Em suas palavras, o que faltou foi “sorte”, já que acreditava jogar tão bem quanto muitos atletas que seguiram para clubes da Europa.
Por onde anda Pavão?
Após encerrar a carreira, Pavão estabeleceu-se em São Paulo, onde vive atualmente. Desde então, trabalha no ramo automotivo, em uma revendedora de carros localizada na Avenida Eliseu de Almeida, no bairro do Butantã. O dono da loja é André Luiz, ex-lateral e meia do São Paulo, seu amigo desde os tempos do “Pequeninos do Jockey”, tradicional clube amador da capital paulista. Pavão atua como braço direito do sócio, cuidando da parte operacional e comercial do negócio.
Além de André Luiz, o ex-meia Zé Roberto (ex-Portuguesa, Seleção Brasileira e Bayern de Munique) também jogava com Pavão nas categorias de base. O trio fez parte da mesma geração no São Paulo, e manteve contato ao longo dos anos.
Apesar de ter deixado os gramados cedo, Pavão mantém boas lembranças da carreira e do convívio com Telê Santana, a quem atribui a maior parte de sua formação como jogador. “Ele me ensinou até a bater na bola. Treinava comigo na chuva”, disse certa vez, com gratidão.
Hoje, longe dos holofotes, mas ainda com espírito competitivo, Pavão segue sua vida com discrição, envolvido com os negócios e orgulhoso da história que construiu no futebol, mesmo que a carreira não tenha seguido o rumo esperado após o grande ano de 1994.
Clubes em que Pavão atuou
- São Paulo
- Botafogo-SP
- Atlético Paranaense
- Rio Branco-SP
- Atlético Goianiense
- Mogi Mirim
- Austria Lustenau (Áustria)
- Tenerife (Espanha)
- Treze-PB
- Brasiliense