Nascido em 20 de janeiro de 1973, na cidade de Itaqui, no interior do Rio Grande do Sul, Jesus Cleiton Pereira da Silva, o popular Itaqui, iniciou sua trajetória esportiva com o nome da sua cidade natal estampado nas costas. Foi no Esporte Clube Juventude, de Caxias do Sul, que o lateral-direito surgiu para o futebol. O Lance! te conta por onde anda Itaqui.

Entre 1990 e 1992, Itaqui integrou as categorias de base do clube e logo se firmou no time principal. Teve papel de destaque na campanha do Juventude que culminou no título da Série B do Campeonato Brasileiro de 1994, o primeiro grande troféu da “era Parmalat” no clube. Com personalidade forte, boa marcação e disposição ofensiva, Itaqui caiu nas graças da torcida e se tornou uma das grandes referências da equipe nos anos 1990.

Grêmio: a consagração com títulos e idolatria

O bom desempenho em Caxias levou Itaqui a ser contratado pelo Grêmio em 1998, para suprir a saída de Francisco Arce, então ídolo da lateral direita gremista. Em Porto Alegre, o jogador se reinventou: além de lateral, chegou a atuar como meio-campista em diversas partidas.

Foram quatro temporadas de regularidade, força física e gols importantes. Ao todo, disputou 189 partidas pelo Grêmio e marcou 15 gols, um número expressivo para sua posição.

Conquistou títulos marcantes, como a Copa do Brasil de 2001, além de dois Campeonatos Gaúchos (1999 e 2001) e a Copa Sul de 1999. Atuou ao lado de jogadores lendários como Ronaldinho Gaúcho, Zinho, Tinga, Rodrigo Fabri e Marcelinho Paraíba. Em várias oportunidades, sua entrega em campo foi exaltada pela torcida, que o reconhecia como um símbolo de raça e dedicação.

Os últimos anos como jogador

Após deixar o Grêmio, Itaqui teve passagens por Vila Nova-GO — onde conquistou o Campeonato Goiano de 2005 —, Novo Hamburgo, Ulbra, Glória, Ypiranga-RS e Garibaldi, onde encerrou a carreira profissional em 2011.

Em todos esses clubes, manteve o perfil de liderança e espírito competitivo, mesmo longe das grandes vitrines nacionais. Sua trajetória foi marcada por regularidade e comprometimento com cada equipe que defendeu, conquistando a admiração dos companheiros e da torcida.

Por onde anda Itaqui?

Após se aposentar dos gramados, Itaqui iniciou sua trajetória como treinador. Começou comandando clubes de menor expressão como Marau e Caçador, no futebol catarinense. Com o Caçador, inclusive, conquistou o título da Série C do Campeonato Catarinense em 2019, o primeiro troféu da curta carreira como técnico.

De volta ao Rio Grande do Sul, retornou ao Juventude — clube onde se formou — para trabalhar com a equipe sub-17, de 2017 a 2019. Seu bom desempenho nas categorias de base chamou a atenção do Grêmio, onde foi convidado a comandar o time sub-17 do Tricolor.

Atualmente, Itaqui é o técnico da equipe sub-17 do Grêmio, cargo que ocupa desde 2022. Em 2023, conquistou o título do Campeonato Gaúcho Sub-17, reforçando sua vocação para formar jovens talentos e ajudar na transição entre base e profissional. Em entrevistas recentes, destacou a importância de preparar os atletas não apenas tecnicamente, mas também emocionalmente para os desafios do futebol.

Fora de campo, mantém uma vida discreta, focada no desenvolvimento de jogadores e na pedagogia esportiva. Ele também é irmão de Odacir, outro ex-jogador profissional, e tio de Gerethes, ambos conhecidos no futebol gaúcho — todos com o apelido “Itaqui”, em homenagem à cidade natal da família.

Clubes em que Itaqui atuou

  • Juventude (1992–1997, 2002)
  • Grêmio (1998–2001)
  • Vila Nova-GO (2003–2005)
  • Novo Hamburgo (2006)
  • Ulbra (2006)
  • Glória (2007)
  • Ypiranga-RS (2009)
  • Garibaldi (2010–2011)