O corpo do técnico da seleção brasileira de canoagem, Jesús Morlán, que morreu neste domingo (11), após travar longa batalha contra um tumor no cérebro, será velado no início da tarde desta terça-feira (13), na cidade de Lago Santa, na região metropolitana de Belo Horizonte, que é considerada a casa da canoagem brasileira. A pedido da família do treinador, o velório marcado para acontecer das 13h às 14h, será fechado ao público e à imprensa.
A expectativa é que o campeão mundial e medalhista olímpico da modalidade, Isaquias Queiroz e outros canoístas que moram e treinam na cidade, compareçam ao velório para se despedir do treinador espanhol. Após o evento, o corpo de Morlán segue para a Colômbia, onde mora sua viúva, onde será cremado.
Considerado um dos principais treinadores da canoagem de velocidade no mundo, Jesús Morlán revolucionou o esporte no Brasil. Contratado pelo COB para comandar a seleção brasileira em 2013, o espanhol ajudou a equipe a alcançar resultados históricos, como as três medalhas nos Jogos Olímpicos Rio 2016, com Isaquias Queiroz e Erlon de Souza, além de 10 pódios em Mundiais.
Para se ter uma ideia da importância do treinador para o desenvolvimento da modalidade, antes de Morlán, o Brasil nunca havia tido um medalhista olímpico ou mundial na canoagem. Hoje, o país é dono de nada menos que dez medalhas nessas competições – quatro de ouro e três de bronze em Mundiais, e duas de prata e uma de bronze em Olimpíada). Delas, sete foram conquistadas por Isaquias Queiroz em disputas individuais e as outras três em dupla com Isaquias e Erlon de Souza Silva.
Reconhecidamente um gênio como treinador, Morlán também carregava o carinho de seus comandados fora da água. Tanto que em suas redes sociais, Isaquias Queiroz se despediu do técnico comparando sua morte com a do próprio pai. “Ele não foi um técnico e sim um pai. Descanse em paz”, publicou o atleta em sua conta no instagram, acompanhada da foto de Morlán.
Jesús Morlán faleceu na manhã deste domingo, em Minas Gerais, aos 52 anos, após uma longa batalha contra um tumor no cérebro. A notícia foi confirmada pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB). Morlán foi diagnosticado com câncer cerebral em novembro de 2016.
O treinador passou por uma cirurgia, além de intenso tratamento nos últimos anos com uso de quimioterapia e radioterapia, entre outras tentativas. Mesmo assim, ele fez questão de estar próximo dos atletas tanto no último Mundial, em Montemor-o-Velho, Portugal, quanto no de Racice, um ano antes, na República Tcheca.