O vôlei de Minas Gerais é de muita tradição, com times multicampeões e atletas de peso reveladas no Estado. Prestes a embarcar para mais uma edição de Jogos Olímpicos, a seleção feminina conta, novamente, com o protagonismo de atletas mineiras.
Entre as 12 convocadas pelo técnico Zé Roberto, três são de Minas. Gabi (30), Carol (33) e Lorenne (28) começaram suas histórias esportivas no mesmo lugar: Mackenzie, na região Centro-Sul da capital mineira. Um clube modesto em território, com cerca de 7mil m², mas gigante no voleibol nacional.
Nas categorias de base, o trio chegou até a dividir as quadras. Carol, a mais velha, teve a companhia de Gabi em 2009. A ponteira, atual capitã da seleção, mesmo cerca de quatro anos mais nova que as companheiras, já se destacava jogando em categorias acima da sua. Dois anos depois, foi a vez de Lorenne jogar com Gabi, ainda na base do clube mineiro.
Quem conta essa história para a reportagem de O TEMPO Sports é Matheus Lara. Na época, estagiário no vôlei; hoje, coordenador de esportes do Mackenzie. Ele relembra com carinho as histórias das craques, e leva amizades para a vida.
"Para o Mackenzie é um motivo de muito orgulho saber que o clube tem em seu DNA a formação de atletas. 30% da seleção brasileira convocada para Paris foi formada dentro do Mackenzie, ou seja, três atletas de 12 são oriundas de um clube só. Uma tradição e um trabalho muito grande dentro do voleibol. É motivo de muito orgulho para nós saber que elas puderam conviver durante a sua formação, adolescentes, e agora se reencontram numa seleção brasileira adulta, na Olimpíada, podendo disputar o mais alto nível do voleibol internacional e quem sabe trazer uma medalha para o Brasil", comentou Matheus Lara.
"Ter três atletas convocadas para a Olimpíada e o retorno para a Superliga A só engrandece o nosso trabalho de formação e serve de espelho para as promessas que temos aqui na base. Na Superliga vamos contar com duas atletas formadas aqui (Carla e Kimberlly) e também estamos integrando três atletas da base na equipe da Superliga para manter a tradição de revelar atletas para o Brasil e para o mundo", concluiu.
Passado de tradição, presente de peso
As histórias que começaram em Belo Horizonte já rodaram o mundo. Atualmente, Gabi é considerada uma das melhores jogadoras do mundo, e carrega com orgulho a responsabilidade de ser capitã da seleção em um torneio olímpico.
Nesta semana, foi anunciada como reforço do Conegliano, da Itália, após quatro anos de história no vôlei da Turquia. Em seu primeiro ano do profissional, defendeu justamente o Mackenzie, em 2010/2011, e chamou a atenção do cenário nacional. Ela foi contratada pelo técnico Bernardinho para o Sesc Rio na temporada seguinte.
Carol também disputou a última temporada no vôlei italiano, no Scandicci, após se despedir como ídolo do Dentil Praia Clube. Lorenne também já defendeu grandes clubes pelo planeta, incluindo o Kaliningrado, da Rússia, e o Ageo Medics, do Japão. Em 24/25, jogará no Sesi Bauru, do interior de São Paulo.