Ter visto de perto o trabalho bem sucedido do pai teve sua dose de influência, mas algo dentro de si mesmo, desde muitos anos, já despertava em Juan Mendez o desejo de ser treinador de vôlei.
Filho do meio de Marcelo Mendez, treinador que tem seu nome cativo na história do Sada Cruzeiro, Juan se joga em novo desafio depois de ser atleta profissional nos últimos anos, assim como o irmão mais velho Nico, que atua no vôlei francês, sendo um dos destaques do Paris, da elite nacional.
Juan, durante parte do período em que morou em Belo Horizonte, defendeu o time de base do Sada Cruzeiro, antes de jogar no Juiz de Fora e também no Lavras.
Em 2014, atuou como ponteiro ao lado de Rodriguinho e Cachopa, duas referências do atual elenco do Sada Cruzeiro. Aproveitando a característica mais forte de passe e defesa, virou líbero. Respirando a modalidade desde os oito anos de vida, começando no River Plate, seu clube do coração, ele agora, aos 25, se prepara para uma transição que costuma acontecer mais tardia para boa parte dos novos treinadores.
"Desde minha adolescência que tenho este desejo, sempre gostei de me colocar no lugar do treinador. Isso até mais atrapalha do que ajuda quando se é jogador.
Fiz cursos na Argentina que me permitem atuar na base e no profissional", conta Juan. Ele foi anunciado como técnico do time adulto, além das equipes sub-18 e sub-21 do Club San Fernando, de Buenos Aires.
Nos últimos meses, Juan teve suas primeiras experiências em times sub-14 de 'mini-vôlei' do Clube Italiano, algo que ele faz questão de seguir praticando.
"Isso é algo que não quero deixar de lado, quero que sobrem meninos no clube jogando vôlei. A meta é manter o sub-21 em nível competitivo e promover novos talentos para o sub-18", conta.
Filho de peixe...
Seria natural que Juan buscasse no pai uma boa dose de apoio para encarar o novo momento. Outro que recebeu pedidos para dar dicas foi Henrique Furtado, técnico do Montes Claros América e ex-treinador de Juan na base celeste.
"Uma coisa é fazer e outra é ensinar, são situações muito diferentes. Passei tranquilidade a ele e falei da paixão necessária para ensinar. Um professor ou técnico precisa ajudar seus atletas a serem melhores dentro e fora de quadra, esta é uma das coisas mais importantes e que nos dão mais satisfação. Ele precisa melhorar a si mesmo para conseguir desenvolver os outros. A questão técnica creio ser menos importante neste momento", avalia Marcelo Mendez, que está à frente do Resovia (POL).
Formado em Jornalismo, Juan já fez o primeiro ano do curso de Educação Física, que também lhe dará importante bagagem na carreira que se inicia. "Estudo e dedicação serão fundamentais. Começar tão cedo pode ser bom pra lhe dar uma boa base teórica, além de experimentar diferentes categorias. Ele vai ter a chance de trabalhar com atletas bons e não tão bons e tentar tirar o melhor de todos. Isso vai ajudá-lo quando estiver em momento mais avançado da carreira", comenta o pai.
Sobre a possível pressão de ir pelo mesmo caminho do pai, Juan afirma que tal situação não acontece, ao contrário de quando era jogador. "Quando jogava, sentia mais essa pressão. Como treinador, não sinto nada além de alegria. Ele me deu muito tranquilidade, me ajudou em tudo", agradece.
Independentemente do nível dos jogadores que estarão sob seu comando, Juan sabe que um caminho será fundamental para o sucesso individual e coletivo. "Não precisa ser um fenômeno para ter disciplina. Ser disciplinado nos ajuda a fazer as coisas a dar certo, vou tentar colocar isso na cabeça dos meninos, tomara que eles consigam entender isso. É algo que vai permitir que cheguem longe", afirma.
Sobre seu estilo de trabalho, ele sabe que na Argentina o desafio será maior. Seguindo o perfil dos times do pai, de muita força no saque e ataque, ele vai precisar se moldar para encontrar um equilíbrio no seu país de origem.
"Na Argentina, se joga diferente, sem tanta presença de saque e ataque pesados. É um jogo mais equilibrado. Uma coisa que meu pai fala que eu vou tentar implantar é fazer o time ficar com a bola. Quando não for possível pontuar, fazer a bola bater no bloqueio e voltar. A variação de saque entre flutuante, viagem, erros e pontos também é algo que quero aplicar de forma eficaz. Bloqueio e defesa vão permitir um bom padrão de jogo para qualquer time", completa.
Mais Lidas
-
Venda de ingressos para Atlético x Flamengo pela Copa do Brasil
-
Filho de Milton relembra notificação do Cruzeiro a confeiteiras
-
Cruzeiro | Últimas notícias, jogos, contratações e mais
-
Tandara é suspensa por mais dois anos após primeira punição
-
Técnico do Mirassol, 'sensação' da Série A, passou pelo Cruzeiro