Sada Cruzeiro: dupla campeã mundial é símbolo do processo vencedor do projeto

O central Guilherme Rech e o ponta Matias, do Sada Cruzeiro, são símbolos da nova geração do Sada Cruzeiro. Os jovens jogadores são os novos integrantes do quadro especial de campeões do Mundial de clubes de vôlei masculino.

Ainda buscando por mais espaço no elenco adulto, eles sabem que têm todas as condições para sua hora chegar e percorrer o mesmo caminho de outros atletas que hoje têm presença consolidada dentro do time. A ficha da conquista do título parece ainda não ter caído para a dupla. 

"Jogo vôlei desde meus nove anos. Nem nos meus sonhos mais antigos esperaria participar de um campeonato mundial, o que dizer de ser campeão. Aos 20 anos, participo de um time cheio de lendas do voleibol. Ter uma torcida que comemorou a cada ponto e fez tudo ser mais especial", comenta Matias. 

O mesmo percurso que eles fazem hoje é aquele que aconteceu na carreira de outros nomes como Rodriguinho e Cachopa. O Sada Cruzeiro sabe, aos poucos, dar oportunidades para seus jovens talentos. De forma gradativamente, a experiência vai se fortalecendo até chegar no mais alto nível. 

Rech é grato pelo atual momento e sabe que vencer um Mundial é algo para poucos, mesmo participando pouco das partidas. Em alguns jogos, ele entrou para sacar e fazer o fundo de quadra, sendo um coadjuvante mas com presença fixa no elenco que levou o título internacional pela quarta vez na história. 

" Acho que é uma das melhores sensações que alguém pode ter. Lembro de assistir na tv o primeiro título mundial do Sada e agora sou campeão também. Estou junto dos meus parceiros de equipe que são os melhores dentro e fora de quadra. Não tem preço para essa sensação", comemora o jogador. 

Da C pro mundo

Guilherme e Matias, no começo da temporada, fizeram parte do elenco do Praia Clube Uberlândia, que venceu a Superliga C e se garantiu na segunda divisão nacional.

Todo o time do Praia foi cedido pelo Sada Cruzeiro, que deu oportunidade para jovens da sua base, situação que se repete a cada temporada. A parceria que acontece agora já se deu com outros times como Lavras, Juiz de Fora e Montes Claros. 

"Isso foi uma das coisas mais legais que o vôlei já me proporcionou. Há um mês, eu estava em Campo Grande jogando a Superliga C e ajudando a conquistar a vaga pra liga B. Agora, um mês depois, sou campeão mundial. Realmente, às vezes, eu acho que nem caiu a ficha ainda", conta Rech. 

"Estar no Mundial foi uma baita surpresa. Depois da Superliga C, recebi a chance de compor a equipe e dei meu máximo para conseguir a vaga. Quando vi que estava inscrito, a felicidade e sensação de recompensa pelo trabalho duro foram muito grandes", comemora Matias. 

Recuperado

Guilherme, por pouco, não ficou de fora do Mundial após um imprevisto em um treino, que precisou contar com a qualidade da fisioterapia do clube para recuperá-lo a tempo. "Eu já estava treinando com o time principal desde que voltei da seleção, que foi logo após o Mineiro. Mas, faltando apenas oito dias para o Mundial, acabei torcendo o pé em um treino e rompi um ligamento. O Daniel e o Zuyn, que são fenômenos da fisioterapia, conseguiram me recuperar a tempo", agradece. 

Transição

Essa não foi a primeira vez que Guilherme conquistou o mundo. Em 2017, jogando vôlei de praia, ele foi campeão dos Jogos Mundiais Escolares, realizados na Polinésia, conquista que também ficou marcada na sua carreira. 

"Foi uma grande conquista poder ser campeão mundial tão novo, representando o Brasil. Foi uma surpresa porque o meu esporte sempre foi vôlei de quadra. Quando surgiu a oportunidade da praia, foi muito difícil me adaptar, mas valeu a pena por ter esse título no final", recorda.