A performance avassaladora do Sada Cruzeiro na final do Sul-Americano contra o maior rival não foi por acaso. A vitória por 3 a 0 sobre o Fiat Gerdau Minas mostrou um dos maiores pontos fortes da equipe celeste: o saque potente.

Com o dono do recorde de saque mais rápido da história entre o elenco, o fundamento vem ganhando cada vez mais protagonismo na temporada histórica do Sada Cruzeiro, que já acumula quatro títulos em cinco campeonatos. O ponteiro López, que vive momento especial na carreira, aos 24 anos, foi eleito o melhor jogador do Mundial de Clubes, em dezembro de 2021, e do Sul-Americano, que teve a final no último domingo (6).

Com uma pancada a 134 km/h, ele empatou com o compatriota Leon, que hoje é naturalizado polonês, e o italiano Zaytsev, atleta do Lube Civitanova, pela marca de saque mais rápido do voleibol. A incrível marca foi atingida em um clássico mineiro, contra o Montes Claros América, na última temporada da Superliga, quando o atleta fez sequência imparável de 11 saques, em que dois deles atingiram a velocidade recorde.

Antes da partida decisiva contra o Minas no Sul-Americano, o ponteiro já dava indícios que esse seria o diferencial para o time celeste. “Nós temos que aproveitar essa fortaleza que temos. Nosso saque é muito forte e temos vários jogadores que sacam muito bem. Então, acho que o principal é fazer sempre uma boa sequência e as pessoas tomarem boas decisões na hora de sacar”, comentou.

O saque forçado é uma das assinaturas da comissão técnica do Sada Cruzeiro. Segundo López, as situações são constantes nos treinos, para que o elenco tenha tranquilidade nos momentos decisivos. “No treino, nós sacamos muito e sempre fizemos um bom trabalho. Não é nada que nos assombra, porque estamos preparados para fazer bons saques forçados em momentos decisivos dos jogos”, comentou.

Para além da dificuldade da linha de passe, o saque forçado durante todo o jogo diminui o poder de reação dos atacantes adversários. O levantador cruzeirense Cachopa garante que é extremamente difícil jogar sob pressão dos sacadores o tempo inteiro. “É muito difícil ficar ‘tomando porrada’ o jogo todo, ficar sendo muito pressionado no saque. Isso faz muita diferença nos jogos”, analisou.

Os números não mentem, e além do Sada Cruzeiro ter sido o melhor sacador na final do Sul-Americano - com seis aces contra três do Minas - López também é o melhor sacador da Superliga. Com 27 aces em 19 jogos, o ponteiro tem média de 0,48 aces por set disputado. E ele não está sozinho no elenco. O experiente oposto Wallace também figura na lista de melhores sacadores, com 19 pontos, na sexta colocação.

Já de olho nos play-offs, López garante que não há sinal de desacelerar. “Em momentos importantes sabemos fazer uma boa sequência. A comissão nos diz que temos que ser muito agressivos e ir com muita confiança para a linha, e vimos aí o resultado, que foi o título”, concluiu.

Na reta final da fase classificatória da Superliga, o Sada Cruzeiro enfrenta o Blumenau, no Riacho, no próximo sábado (12). Na sequência, mede forças com o Uberlândia e o Garulhos, fora de casa, nos dias 15 e 19 respectivamente.