Na última terça-feira, o técnico Renan Dal Zotto, da seleção brasileira masculina de vôlei, anunciou 15 nomes já vislumbrando a participação do time nacional no Mundial, que vai acontecer na Polônia e Eslovênia entre 26 de agosto e 11 de setembro. O Brasil vai enfrentar Cuba, Japão e Catar nos dias 26, 28 e 30 de agosto, respectivamente.
Dos 15 chamados, apenas 14 poderão ser inscritos na competição, vencida pela seleção masculina do Brasil em três oportunidades: 2002, 2006 e 2010. Muitos dos inscritos na Liga das Nações foram dispensados pela comissão.
A lista com os convocados teve duas surpresas, que chegam para suprir a falta de opostos. Wallace, do Sada Cruzeiro e Felipe Roque, do Vôlei Renata (SP), foram chamados. Eles vão disputar posição com Darlan, que foi titular na Liga das Nações (VNL) após a contusão do seu irmão, Alan, que fraturou o tendão de aquiles e precisou passar por cirurgia.
O incidente obrigou Dal Zotto a ter um único oposto de ofício no time, precisando improvisar Leal na saída de rede quando necessário. Com Wallace e Roque, as improvisações chegam ao fim. Resta saber quem vai para o Mundial.
O jogador do Sada Cruzeiro retorna à seleção depois de anunciar aposentadoria do time nacional ao final da Olimpíada de Tóquio. Sua presença no time deve ser pontual, somente para o Mundial.
"A presença do Wallace é necessária, a seleção teve uma situação difícil na Liga das Nações. O Darlan mostrou personalidade mas, para o Mundial, é preciso um nome de peso nesta função de ser a bola de segurança na saída de rede. Creio que sua convocação não tenha relação com uma possível continuidade, pensando na sequência do ciclo olímpico. Já o Roque será observado mais de perto pela comissão técnica. Ele ficou de fora da última temporada após romper ligamento do joelho e tem mostrado boa evolução física e técnica, já realizando trabalhos com bola. É um nome que agrada a comissão da seleção", comenta Rangel Gurja, comentarista do site Web Vôlei.
Quem será cortado?
Com Roque ainda longe da forma física ideal, fazendo há poucas semanas os primeiros treinos com bola, a tendência é que o oposto de 2,12m seja cortado. Gurja também indica uma outra opção que pode ser avaliada pela comissão da seleção.
"Acho que não deve fugir do Roque, mas outra ideia é o Aracaju ser o escolhido. Desta forma, seriam três centrais no time. Mas essa decisão me deixaria surpreso", admite.
Evoluções necessárias
Na VNL, sempre que jogou com times da mesma prateleira, o Brasil perdeu, tendo muitas dificuldades. Foi assim contra Polônia, França e EUA, perdendo os dois jogos contra os norte-americanos, que eliminaram a seleção nas quartas de final. A seleção teve altos e baixos e ainda amargou uma derrota inesperada para a inexpressiva China.
Para bater de frente com as potências, principalmente nas fases seguintes do Mundial, um necessário caminho é vislumbrado pelo comentarista.
"Além da uma evolução física de todo o conjunto, o time precisa melhorar taticamente. O sistema defensivo bloqueou pouco na VNL, tendo dificuldades para construir contra-ataques efetivos. O saque é um fator preponderante pra defesa funcionar, ele precisa variar mais, ser mais inteligente, não precisa ir pro risco toda hora. É importante encontrar os momentos de usar o viagem e o flutuante pra minar a recepção adversária. Quando o saque do Brasil não entrou, o time se viu de mãos atadas, sem encontrar uma outra alternativa", analisa Gurja.
Um dos que ficou de fora dos convocados foi o jovem central Léo, que fez parte da seleção nos jogos da fase de classificação da VNL no Japão. "Gostaria de tê-lo visto mais em ação, é um cara que foi pouco usado e é muito promissor. Ele precisa de mais chances para deixar de ser promessa e virar uma realidade", projeta.
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