Um sucesso mundial da japonesa Honda, a África Twin, que agora, depois do mortor ganhar mais 100 cilindradas, passou a ter como nome oficial CRF 1.100, tem uma história de vida curiosa. A moto está em sua quarta geração. Ela nasceu com motor de 650 cc, em 1988 e dois anos depois ganhou novo propulsor de 750 cilindradas que permaneceu em oferta ate 2003 quando a montadora retirou de linha o modelo. Dez anos depois, durante o Salão de Milão, de 2014, a Africa Twin ressurgiu, mas não mais como uma trail de média cilindrada e sim como uma verdadeira bigtrail, de grande porte e com um motor de 1.000 cc. Em 2020 foi mais uma vez renovada e atualizada, e chega ao Brasil trazendo uma novidade entre as concorrentes do mesmo segmento e que só ela oferece: a possibilidade de uma transmissão automatizada, de dupla automatizada, que o piloto escolhe se passa ou não as marchas.
Baixinho não entra
SUPER MOTOR avaliou o modelo que assusta pelo seu tamanho no primeiro contato, mas, a bem da verdade, é de fato uma moto alta e motociclistas com menos de 1 e 75 terão dificuldades em manobrar, principalmente nos centros urbanos. Já na estrada a Africa Twin é democrática e agrada a todos, e o diferente do modelo avaliado é que não é preciso passar marcha. Basta acelerar e frear que o câmbio automatizado faz todo o trabalho. Sua identificação completa é CRF 1100L Africa Twin Adventure Sports ES. E ela se destaca entre outros atributos pela eletrônica, são seis modos de condução, sete níveis de HSTC, três níveis de controle de empinada, função Cornering ABS, cruise control e a suspensões ajustáveis eletronicamente e pneus sem câmara nas versões avaliada, a Adventure Sports ES.
Conectividade
O painel MID (Multi Information Display) é colorido, sensível ao toque e tem tela TFT de 6,5 polegadas. Através dele o condutor recebe informações e pode controlar os sistemas da Africa Twin. A posição de pilotagem evoluiu através de um novo banco e o guidão mais alto. As luzes DRL de condução diurna com LEDs aumentam muito a visibilidade da moto, melhorando a segurança. O sistema de controle da velocidade de cruzeiro é equipamento de série. O para-brisa da versão Adventure Sports ES é mais alto e regulável em cinco posições.
Tela em TFT
Cada um dos modos de pilotagem é selecionado na parte superior esquerda da tela, que pode ser personalizada para mostrar diferentes níveis de informação. Um destaque é a facilidade de operação, mesmo com luvas. A conectividade com o Apple CarPlay® e Android Auto® permite o uso de aplicativos de navegação e exibição de informações diretamente no painel, além da possibilidade de fazer ou receber chamadas telefônicas usando capacetes com fones de ouvido e microfone via Bluetooth. É possível controlar o aparelho através de comandos do punho esquerdo através de conexão wireless bluetooth. Uma porta USB à direita do painel possibilita recargar smartphones.
Pilotando
Mesmo sendo uma moto alta, uma vez acomodado sua boa ciclística facilita a vida do piloto, na África Twin 1.100 cc, potência é o que não falta, são 93 cavalos e 10,5 kilos de torque, o que garante uma pilotagem confortável e segura. O manuseio do câmbio automatizado é muito simples, basta um toque para baixo em um botão para posicionar no D, de “drive” ou S, de `Sport”, acelerar e ganhar o mundo. É possível, também, passar as marchas no modo (MT), manualmente, como nos paddle shift dos automóveis com este tipo de transmissão;
Como funciona
O sistema funciona por meio de duas embreagens: uma para 1ª, 3ª e 5ª marcha, outra para a 2ª, 4ª e 6ª marcha. As dimensões deste tipo de câmbio são equivalentes às de um câmbio convencional. Cada uma das embreagens é acionada por um sistema eletro-hidráulico independente, e nas trocas de marcha - sejam elas feitas pelos comandos situados no punho esquerdo do guidão, pela ação do condutor, ou automaticamente -, ocorre a alternância entre as embreagens, o que permite a mudança instantânea de uma marcha para outra. Na prática, o sistema DCT oferece mudanças de marchas rápidas e imperceptíveis, que não afetam o equilíbrio dinâmico e proporcionam conforto a piloto e acompanhante. O DCT também impossibilita que o motor "morra" por um erro do piloto, algo que não é incomum nos câmbios convencionais. No começo parece estranho, mas como tudo que é bom agente logo se acostuma, pilotar a África Twin 1.100 da Honda logo se transformou em um exercício de prazer. E muito seguro.(RC)