Os carros inteligentes já são uma realidade ao redor do mundo, inclusive no Brasil, onde alguns veículos já circulam com sistemas como frenagem autônoma, controle de estabilidade, alerta de uso de cinto de segurança, airbags laterais e sensor de fadiga.

Pouco a pouco, as montadoras caminham a passos largos rumo à criação dos veículos 100% autônomos (sem motorista). E, para a maioria das pessoas, fica a pergunta: como esses carros serão capazes de se deslocar pelas vias?

“Todo veículo autônomo conta com uma série de equipamentos, como radares, lidares (radar que usa laser no lugar de ondas eletromagnéticas de rádio para mapear o entorno), sensores, câmeras, lasers, GPS, computadores, atuadores, além de visão computadorizada, que, ao atuarem juntos, fazem com que o carro ‘sinta’ o ambiente e navegue sem a intervenção humana”, responde Emerson Feliciano, superintendente técnico do Centro de Experimentação e Segurança Viária (Cesvi Brasil).

Em 2018, a Waymo, uma empresa ligada ao Google começou a testar seus primeiros veículos autônomos no Arizona, nos EUA.

No vídeo abaixo, veja a reação as pessoas ao serem caronas no carro sem motorista:

Imagens tridimensionais

Segundo o especialista, os veículos sem motorista, a maioria deles ainda em fase de testes pelas fabricantes, também utilizam informações de GPS e sistema de sensores para aprimorar sua posição e construir uma imagem tridimensional do seu local atual.

Contudo, é preciso lembrar que o veículo autônomo ainda exige a atenção máxima do motorista. “É essencial que o condutor esteja focado e concentrado no trajeto do carro, uma vez que qualquer distração, por mínima que ela seja, pode acarretar graves acidentes”, conclui.

Os seis níveis da automação automotiva

Na indústria automotiva, os veículos autônomos podem ser classificados de acordo com o grau de automação, conforme a norma J3016 elaborada pela Sociedade dos Engenheiros Automotivos – a SAE International –, que estabelece seis níveis:

Nível 0

É onde ainda está a maioria dos modelos no mercado hoje. Nele, o motorista controla tudo no veículo. Não há nenhum recursos de automação.

Nível 1

Estão os carros que possuem alguma tecnologia que auxilia o motorista a controlar a velocidade ou a fazer leves correções na direção, nunca os dois ao mesmo tempo (isso inclui os sistemas de piloto automático, alerta de colisão e assistência de frenagem, itens que começaram a surgir no fim dos anos 2000).

Nível 2

é o estágio em que está hoje a maioria dos sistemas de condução semiautônoma nos veículos. A principal evolução, neste caso, é que as tecnologias permitem controlar a velocidade, a direção e a posição do carro na pista, tudo ao mesmo tempo.

Nível 3

De 2018 para cá, começaram a surgir os carros no terceiro nível de automação, com recursos capazes de fazer o automóvel acelerar, desacelerar e até mesmo ultrapassar outros veículos sozinhos, sem qualquer intervenção humana.

Para se enquadrar aqui, o sistema também precisa conseguir manobrar ao redor de incidentes ou de congestionamentos, mas ainda não dispensa o motorista. Ele pode até tirar as mãos do volante e os pés do pedal, mas só em certas situações. O novo Audi A8, por exemplo, é nível 3.

Nível 4

A partir de 2021 é esperado que os primeiros carros autônomos de nível 4 ganhem as ruas. Neste estágio, o carro poderá, além de tudo isso já dito, lidar com certos imprevistos, como estradas de terra ou vias remotas que não tenham sido mapeadas.

Nessas situações, o veículo só vai conseguir encostar ou estacionar sozinho em um local seguro até que o motorista possa assumir a direção.

Nível 5 (os 100% autônomos)

No nível 5, o mais avançado de automação, o carro será capaz de fazer tudo sozinho, de modo que o motorista passará a ser um mero passageiro, bastando informar para onde quer ir.

Pedais e volante tornam-se desnecessários, e os comandos podem ser transmitidos por voz ou pelo celular do usuário. Mas é coisa para o futuro: trata-se de uma realidade ainda um pouco distante dos nossos dias, sobretudo no Brasil.