A Justiça converteu em preventiva a prisão do policial penal de 34 anos suspeito de atirar contra um carro e atingir na cabeça uma menina de 10 anos, na Zona da Mata de Minas Gerais. A decisão foi tomada durante audiência de custódia realizada na tarde desta terça-feira (17 de junho), dois dias após o crime.
Segundo a decisão judicial, foram considerados suficientes os indícios de autoria e materialidade, além da gravidade do caso e da repercussão social do crime. O policial penal foi autuado por tentativa de homicídio qualificado. A juíza responsável pelo caso destacou o risco que a liberdade do suspeito representa para a ordem pública.
De acordo com o processo, o policial foi preso em flagrante após diligências que levaram à identificação do veículo usado no crime e da arma supostamente utilizada.
Em depoimento à Polícia Civil, o suspeito afirmou que se sentiu ameaçado após levar uma "fechada" na estrada entre Diogo Vasconcelos e Porto Firme, no último domingo (15), e, por isso, efetuou os disparos. Ele alegou que não sabia que a criança havia sido atingida.
Imagens de câmeras de segurança na rodovia mostram o momento em que o veículo da vítima é ultrapassado por outro carro, seguido de uma sequência de disparos. Segundo relato do pai da menina, ele tentou fugir ao pensar que estava sendo alvo de um assalto, momento em que os tiros ocorreram.
A criança, que estava no banco do passageiro, foi baleada na cabeça e permanece hospitalizada em estado grave.
Transferência
O policial penal foi inicialmente detido em Viçosa e, nesta terça-feira, transferido para a Casa de Custódia do Policial Penal e do Agente Socioeducativo, em Matozinhos, na região metropolitana de Belo Horizonte.
A Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp-MG) informou que o servidor é lotado no presídio de Ponte Nova e que o caso está sendo apurado pela Corregedoria da Polícia Penal.
Por meio de nota, a Sejusp afirmou que não compactua com possíveis desvios de conduta de seus servidores e que todas as suspeitas são apuradas com rigor, respeitando o devido processo legal. A Polícia Civil também informou que o caso segue sob investigação.
A reportagem tenta contato com a defesa do policial penal.