Foi preso nesta segunda-feira (14 de julho), em Poços de Caldas, no Sul de Minas, um homem de 40 anos suspeito de ter desviado 557 celulares do Mercado Livre para comercializar na cidade e em outros municípios da região. Com o crime, a plataforma de vendas teve prejuízo superior a R$ 5 milhões, conforme estimou a empresa.  A detenção foi feita pela Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), por meio da Delegacia de Furtos e Roubos de Poços de Caldas, após uma investigação sobre o caso revelar um esquema sofisticado de desvio e venda de irregular de eletrônicos.  

Durante a operação, chamada "Banquete de Hermes", foram apreendidos na casa do homem, na cidade, uma CPU de computador, um notebook que ele usava para fazer os anúncios e vender os eletrônicos, quatro aparelhos celulares e um Honda Civic em nome do homem. A corporação informou que cumpriu mandado judicial de prisão, busca e apreensão e bloqueio/sequestro de bens contra o suspeito, que teve a identidade preservada pela Polícia Civil. 

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De acordo com o delegado Thiago Moreira, responsável pelo caso, o preso ocupava um cargo de confiança no Mercado Livre: era o chefe de operação do centro de distribuição da empresa em Poços de Caldas. Responsável por fazer a fiscalização de bens retidos, ele descobriu uma falha no sistema e, "abusando da confiança por ter acesso à integralidade do sistema de entrega e bloqueios de mercadoria", passou a fazer a retenção e o desvio de mercadorias, explicou o delegado. 

O Mercado Livre verificou a fraude somente após fazer uma auditoria interna, porque percebeu diferenças no balanço contábil. "Essa mercadoria desviada não era mercadoria vendida por terceiros que anunciam na plataforma, eram eletrônicos vendidos diretamente pelo Mercado Livre", por isso a dificuldade da empresa em identificar a fraude, detalhou Thiago Moreira.

Procurado pela reportagem, o Mercado Livre não tinha se posicionado até a publicação deste texto. O espaço segue aberto.

O investigado foi encaminhado ao sistema prisional e se encontra à disposição da Justiça no Sul de Minas. Ele pode responder pelos crimes de furto qualificado e lavagem de dinheiro.

Devolução dos aparelhos

A próxima fase das investigações será a operação que foi denominada “Tá entregue”, para "tentar recuperar os aparelhos desviados", adiantou o delegado Thiago Moreira. Os compradores dos celulares desviados, pela internet ou em estabelecimentos comerciais, serão intimados para devolver o telefone na Delegacia de Polícia de Poços de Caldas. A intenção da corporação é, segundo o delegado, usar os bens bloqueados do suspeito para ressarcir os valores pagos pelos compradores. 

Quem devolver o item furtado/roubado após ter recebido a intimação não será objeto de responsabilização criminal. "Caso não atenda a ordem policial (para fazer a devolução), (o consumidor) será alvo de operação policial e responderá pelo crime de receptação", finalizou o delegado. 

Origem do nome da operação

A PCMG explicou que Hermes, na mitologia grega, é o Deus do comércio, dos viajantes, da riqueza, da sorte, dos mensageiros e também dos ladrões. Como o escritor Robert Louis Stevenson cita, "todo mundo, mais cedo ou mais tarde, senta-se para um banquete de consequências", acrescentou a corporação. 

Ou seja: cada ação, seja boa ou má, gerará resultados, positivos ou negativos, que as pessoas precisam enfrentar em algum momento, finalizou a Civil.