A Polícia Militar de Minas Gerais começou agosto com uma ferramenta inédita e promissora no combate à violência doméstica: a classificação informatizada de risco das vítimas, feita em tempo real por meio de um aplicativo. O novo recurso, lançado oficialmente no início da Operação Agosto Lilás nesta sexta-feira (1º/08), promete transformar o atendimento às mulheres que sofrem com a violência dentro de casa, agilizando as respostas da corporação e priorizando os casos mais graves.

“A classificação era feita manualmente. Agora, esse processo acontece em tempo real, com base em critérios como a gravidade da ocorrência, reincidência do agressor e número de registros anteriores”, explicou a major Layla Brunella, porta-voz da PMMG. Segundo ela, a inovação permite que comandantes e equipes de patrulha visualizem instantaneamente o nível de urgência de cada caso, organizando visitas e monitoramentos conforme o grau de risco.

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O sistema, disponível em todo o estado, considera desde ameaças verbais até tentativas de feminicídio. Casos mais graves entram no topo da lista, com atendimento prioritário pelas equipes do Rádio Patrulhamento de Prevenção à Violência Contra a Mulher (RPPM), presente em 172 cidades mineiras.

A expectativa da corporação é que, com o novo recurso, o número de atendimentos seja multiplicado. “Neste mês, haverá um esforço maior e uma atenção mais qualificada para a redução da vitimização mais grave. Esperamos que nosso número de atuação triplique”, afirmou o coronel Maurício José de Oliveira, chefe do Estado-Maior da PMMG.

E os dados confirmam a urgência: só em 2024, Minas já registrou mais de 24 mil casos de lesão corporal contra mulheres o que representa duas agressões por hora e 11 mil descumprimentos de medidas protetivas.

Segundo a PM, a informatização também amplia o alcance da prevenção. “A mulher que busca a Polícia Militar e faz parte do acompanhamento raramente é vítima de feminicídio. O sistema ajuda a quebrar o ciclo da violência e salva vidas”, disse a major Brunella.