Mulheres e homens que passaram na Praça Sete, no centro de Belo Horizonte, nesta quarta-feira (20/08), de manhã, receberam panfletos e orientações sobre ações de combate à violência contra a mulher. A ação faz parte do calendário do Agosto Lilás, mês dedicado à luta contra a violência de gênero e à promoção da igualdade; e também em homenagem ao aniversário da Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340), criada em 7 agosto de 2006.
+ Siga o Super Notícia no Instagram
+ Siga o Super Notícia no Tiktok
A campanha está inserida na Operação Shamar, um esforço nacional que busca proteger e garantir a segurança das mulheres, com atividades programadas até o final do mês, em Minas Gerais.
As equipes orientaram a população, reforçando a importância da denúncia e da proteção às vítimas. Coordenada pela Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp-MG), a ação desta quarta-feira, teve a participação também da Polícia Militar (PMMG), da Polícia Civil (PCMG), do Corpo de Bombeiros Militar (CBMMG), do Ministério Público, da Defensoria Pública e da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (Sedese).
No estado, a Operação Shamar é coordenada pela Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp MG). Marcos Sampaio Silva, coordenador de Operações Integradas pela Sejusp, reforçou a necessidade da denúncia de forma anônima. "O Estado vem atuando de forma bem efetiva no que diz respeito à divulgação das redes de denúncia e também à amplificação por meio das forças de segurança no atendimento direto às vítimas. Gostaria de ressaltar que a Sejusp tem um papel importante nesse combate uma vez que ela detém a plataforma do Emergência-MG por meio do app e do site e também do disque denúncia 181", concluiu.
A Defensoria Pública-MG montou um estande de atendimento para dar orientações jurídicas às mulheres. Luana Borba, coordenadora estadual de Promoção e Defesa dos Direitos das Mulheres, ressaltou que a Defensoria está pronta para dar o suporte necessário às mulheres vítimas de agressão e também aos familiares, mas que o trabalho de conscientização é fundamental nesse processo para ajudar a diminuir os números de agressões.
"A gente percebe que com a maior divulgação da própria Lei Maria da Penha houve uma conscientização social muito maior sobre o tema e com a criação do crime de feminicídio agente está começando a coletar mais dados. Vimos no último anuário de segurança pública que houve uma redução no número de feminicídios, mas as tentativas ainda preocupam muito. Então essas ações integradas e educativas são importantes tanto para que as mulheres consigam sair desse ciclo de violência quanto para que os homens reconheçam que existem outros tipos de masculinidade mais saudáveis são muito importantes", afirmou a defensora.
Violência doméstica
Segundo os dados do Ministério da Justiça e Segurança Pública, entre os anos de 2015 e 2024, foram registradas 11.650 ocorrências de feminicídios e 29.659 ocorrências de homicídio doloso e lesão corporal seguidas de morte de mulheres no Brasil. Esses números somam 41.309 casos de mortes violentas de mulheres no período. Em 2023, foram 1.438 casos de feminicídio e 2.707 casos de homicídio doloso e lesão corporal seguida de morte de mulheres. Em 2024, foram 1.450 feminicídios e 2.485 homicídios dolosos e lesões corporais seguidas de morte. O que significa uma diminuição de 5,07% nos casos de violência letal contra as mulheres.
Ainda de acordo com o dados do Ministério, três a cada dez brasileiras já sofreram violência doméstica. A cada 24 horas, 13 mulheres foram vítimas de violência no Brasil e 84,7 % das agressões foram cometidas por familiares ou conhecidos da vitima. Uma mulher é morta a cada 17 horas no país.