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Moradores do bairro Cristina, em Santa Luzia, na região metropolitana de Belo Horizonte, convivem há quatro anos com uma cratera aberta no meio da rua, e o mais preocupante: sem qualquer tipo de sinalização por parte do poder público. Eles acionaram o Panelaço para relatar o que tem ocorrido.

O buraco surgiu após um deslizamento em 2021, mas, desde então, segundo a cozinheira Marisa Teles, moradora da região há mais de 40 anos, nenhuma providência foi tomada pela Prefeitura de Santa Luzia.

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“Não teve nem um paliativo, sabe? Eles sequer sinalizaram o local. Parece que a vida da gente não importa para eles”, desabafa. “No dia do deslizamento, uma casa chegou a desabar. Nós mesmos tivemos que resgatar uma mulher grávida que morava nela”, relembra a cozinheira.

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Sem resposta das autoridades, os próprios moradores improvisaram uma espécie de barricada para alertar sobre o risco. “À noite, é impossível ver a cratera. Temo que alguém caia. O que temos aqui é uma tragédia anunciada”, alerta Marisa.

A revolta da moradora cresce com o que ela chama de promessas vazias do poder público: “Já vieram prefeito, vice-prefeito, vereador. Ninguém realmente quer resolver. Inauguraram recentemente uma pracinha para cachorro, para o povo jogar truco. É isso que eles acham importante. Enquanto isso, nossas casas estão rachando, a gente pode morrer a qualquer momento”.

Segundo os moradores, a única resposta da prefeitura foi que nada poderia ser feito, pois a área seria considerada uma ocupação. Marisa contesta: “Primeiro que isso não é verdade. E mesmo se fosse, as vidas aqui não valem nada? Será que por isso ninguém pode fazer nada por nós? Teremos que esperar alguém morrer?”

Lixo, entulho e mato pioram situação

Além do perigo direto, a cratera se transformou num depósito de lixo, entulho e abrigo para animais peçonhentos e pessoas em situação de rua. O mato ao redor toma conta do espaço, e as casas próximas apresentam trincas e danos estruturais, o que agrava o risco para quem vive na área.

Moradores do bairro Cristina, em Santa Luzia, na região metropolitana de Belo Horizonte, convivem há quatro anos com uma cratera aberta no meio da rua, e o mais preocupante: sem qualquer tipo de sinalização por parte do poder público. O buraco surgiu após um deslizamento em 2021,… pic.twitter.com/uCujPIFsVF

— O Tempo (@otempo) July 16, 2025

O que diz a prefeitura

A Prefeitura de Santa Luzia informou que acompanha a situação da Rua Vicente Lovalho desde 2021 e que o problema é “grave, antigo e de alta complexidade de engenharia”, envolvendo risco estrutural, erosão e falhas na drenagem.

Segundo a administração, o custo estimado da obra definitiva é de R$ 34 milhões, valor que “excede a capacidade orçamentária atual do município”. A prefeitura  também afirmou que a área foi cadastrada no Novo PAC e que houve uma “solicitação de apoio emergencial junto à Defesa Civil Nacional, que, infelizmente, não foi contemplada”.

Enquanto tenta captar recursos federais, a gestão diz que técnicos da Secretaria de Obras elaboram “uma solução paliativa, dentro da realidade técnica e financeira do município”, para conter o avanço da erosão e reduzir os riscos à população.

Não há omissão, alega administração municipal

Por fim, o município ressaltou que “esta gestão não se omitiu frente ao problema” e que vem buscando “respostas estruturadas, projetos técnicos consistentes e caminhos viáveis para superar o impasse”, sempre com o respaldo de engenheiros especializados.

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