A Superliga Masculina de Vôlei desta temporada não contará com o seu maior expoente dos últimos anos na decisão. Após oito finais seguidas e seis títulos, o atual campeão Sada Cruzeiro não conseguiu repetir a reação histórica da última edição do torneio nacional, quando emplacou uma virada na série sobre o mesmo Taubaté por 3 jogos a 2 e avançou à final para levantar o caneco.
Dessa vez foram os paulistas que prevaleceram, fechando a série em 3 a 0 ao vencer a Raposa por 3 sets a 2, parciais de 25-21, 34-36, 19-25, 25-19 e 12-15, em jogo eletrizante na noite deste sábado, no Riacho, em Contagem. Com o resultado, teremos uma final paulista na Superliga.
O rival do EMS Taubaté Funvic-SP será o Sesi-SP, que venceu o SESC-Rio também neste sábado, por 3 sets a 0, encerrando a série e avançando à sua quinta final seguida.O Sada foi valente, um time duríssimo de ser batido. “Vamos seguir trabalhando, olhando para frente e pensando sempre no próximo torneio”, disse Marcelo Mendez, técnico do Cruzeiro. “Demos o melhor para conseguir o resultado. Perdemos na semifinal depois de oito anos chegando à decisão”, completou.
O JOGO
O Taubaté iniciou o jogo em cima, mas os erros de saque do time paulista deixavam o Cruzeiro na cola. Contando com a pressão da torcida, a Raposa iniciou a reação. Vissoto parou no bloque gringo de Sander e Le Roux e a diferença caiu para um ponto. Foi a vez de Evandro aparecer, empatando o jogo e contando com o desvio no bloqueio. Sander seguiu chamando o jogo. Um set de alta tensão prosseguiu, com trocas de liderança. Foi aí que o paredão azul no bloqueio começou a fazer diferença. Em um dos lances, Lucarelli parou no triplo da Raposa. À frente, o Sada Cruzeiro ainda proporcionou muita emoção ao torcedor vencendo um disputadíssimo rali. Rodriguinho explorou o bloqueio rival e fez o Riachão explodir. No fim, com um ace de Le Roux e a forte presença do bloqueio, o Cruzeiro venceu por 25 a 21.
O segundo set, sem sombra de dúvidas, foi o mais equilibrado e mostrou todo o potencial das duas equipes. No relógio, 42 minutos de entrega máxima e um voleibol de tirar o fôlego no Riachão. Cachopa começou se destacando no saque, mas o Taubaté respondia. O Sada teve dificuldades para se desgarrar no placar, chegou a abrir dois pontos com Evandro, na raça, achando uma linda paralela, porém Lucão recolocou os paulistas no encalço celeste. Foi enfartante e a cada ataque a apreensão crescia no ginásio. Parecia que o Sada conseguiria fechar o placar quando Cachopa encontrou Isac, mas o Taubaté resistiu no saque e fechou com Otávio. Um 36 a 34 de proporções épicas em Contagem.
Embalado após sair vitorioso em um segundo set enlouquecedor, o Taubaté abriu frente na terceira parcial, chegando a liderar por quatro pontos. Evandro puxou o brio dos celestes, assumindo o protagonismo nos momentos difíceis. Todavia, não era o momento do Sada, que parece ter sentido mais fisicamente a disputa exaustiva do segundo set. O Taubaté disparou na frente e a Raposa não conseguiu igualar. Os visitantes levaram a parcial vencendo por 25 a 19.
O quarto set era chave. A pressão estava sob os ombros do time de Marcelo Mendez. O torcedor no Riacho entendeu o momento e passou a incentivar de forma incondicional. Era o combustível que os celestes precisavam. Sangue frio para segurar os ânimos, encurralar o Taubaté e estabelecer a perfeição de seu jogo. Evandro, mais uma vez era o termômetro, e a cada bola virada o êxtase, a fúria. Era sangue nos olhos. A despeito dos erros de saque que foram uma tônica no confronto, a Raposa prevaleceu, fechando a parcial em 25 a 19. Tudo seria decidido no tie-break.
No tie-break, um cartão vermelho aplicado pela arbitragem ao Sada Cruzeiro deu aos paulistas a vantagem que precisavam no placar. Uma punição que mexeu com o jogo e acabou em vitória por 15 a 12.