A primorosa temporada que o atacante Ademir fez ano passado, atraiu a atenção de vários clubes para o Lanna Drumond. Com grandes atuações, o jogador foi considerado por muitos o principal nome do América nas bem-sucedidas campanhas na Copa do Brasil, até a semifinal, e na Série B do Brasileiro, quando o clube garantiu o acesso à elite nacional.

O ano começou e a expectativa era de o atleta seguir brilhando. Contudo, a possibilidade não se confirmou e o futebol do camisa 10 caiu vertiginosamente. A justificativa para o baixo desempenho nesses primeiros quatro meses do ano estaria em uma transferência frustrada. Especula-se que os interessados seriam Athletico-PR e Palmeiras.

Além de não ter se concretizado, a eventual negociação colocou Ademir no centro de uma polêmica. À véspera da partida contra o Treze-PB, pela Copa do Brasil, em 18 de março, o jogador se recusou a entrar em campo, revoltando o presidente Alencar da Silveira Júnior. Na ocasião, o dirigente classificou o episódio como “molecagem” e assegurou que haveria punição.

Ademir, por sua vez, deu outra versão para o imbróglio. “Na quarta-feira à tarde fui informado, pelo clube, pouco antes do treino, que não iria entrar em campo no dia seguinte, pois o América teria aceitado uma proposta e iria me negociar. A partir desse momento, fui colocado para treinar no time reserva e, automaticamente, não mais me preparei para o jogo no dia seguinte".

Ontem, por volta das 11h, fui informado também por pessoas do clube, de que não havia proposta e que eu teria que jogar”, explicou o jogador, um dia após o ocorrido.

“Não achei viável e honesto da minha parte entrar em campo sem ter me preparado, principalmente psicologicamente, pois senti que não iria render o que eu posso, por toda a situação que foi criada e poderia prejudicar a equipe ao invés de ajudar”, complementou o camisa 10.

As arestas parecem ter sido aparadas, mas, após a polêmica, Ademir não foi relacionado para as vitórias contra Cruzeiro (1 a 0) e Uberlândia (2 a 1). Voltou na derrota para o Atlético (3 a 1) e empate com o Patrocinense (1 a 1), mas passou a ficar no banco de reservas a partir do revés para o Tombense (2 a 1) e no triunfo sobre o Coimbra (2 a 0).

Na partida que sacramentou o rebaixamento do time de Contagem, o jogador entrou em campo aos 26 minutos do segundo tempo. Após o confronto, o técnico Lisca sinalizou que o problema está superado.

“O Ademir está retornando. Agora, o clube definiu juntamente com ele e o representante uma sequência de trabalho aqui. Nossa ideia é retomar o jogador, a produção dele, e que possa jogar tanta bola, tão bem, como foi no ano passado. Ele está definitivamente reintegrado ao nosso grupo e pronto para jogar todas as partidas”, garante o treinador.

O comandante do Coelho ainda ressaltou que o atacante sempre esteve em seus planos, a não ser que houvesse uma transferência. “Nunca tiramos o Ademir do nosso planejamento. Ele é um menino de ouro, de muito caráter com a gente, muito importante no nosso trabalho. Quem quiser comprar, que pague o preço que o América quer”, explica.