Não à toa, Lisca sempre levou atrelada à sua alcunha o 'doido'. O treinador americano, por vezes, carrega consigo polêmicas. A mais recente em resposta a provocações do banco do Cruzeiro no clássico desse domingo. E ele devolveu tudo na mesma moeda, fazendo Moreno até dar uma jurada no túnel do Mineirão: 'Vai ter volta', bradava o boliviano no áudio captado pela TV.
A bem da verdade, as 'tretas' de Lisca com a Raposa se dão desde o ano passado. Teve uma vez que o comandante questionou uma fala de Enderson Moreira, declarando que o Cruzeiro seria intragável. No segundo clássico da Série B entre as equipes, Lisca ficou furioso com a a arbitragem de Dewson Freitas que, na visão do Coelho, deixou de marcar um pênalti a favor do time alviverde e assinalou um não existente para a Raposa. O Cruzeiro venceu aquele jogo por 2 a 1, no Independência, e Lisca foi expulso de campo.
O folclore em cima de Lisca é muito grande, mas o comportamento do comandante é sempre alvo de curiosidade.
Relembre abaixo cinco momentos polêmicos envolvendo a carreira do treinador:
Briga com o auxiliar
Em 2017, quando estava no comando do Paraná, Lisca vinha com bons resultados. Porém, com entreveiros fora dos gramados, acabou sendo demitido em plena ascensão paranista na segundona. Ele se envolveu em uma polêmica com o então auxiliar costa Matheus Costa. A confusão teria acontecido justamente em BH. À época, Lisca negou ter chegado às vias de fato. Mas declarou que havia interferência da diretoria no seu trabalho. Após a demissão, ele foi parar no Guarani. Lisca assegurou o time campineiro na Série B e atacou a dietoria do Paraná: 'não valem o que comem'.
Discussão com Ricardinho
Uma outra polêmica envolvendo Lisca aconteceu no fim do Brasileirão de 2018, quando treinava o Ceará. De acordo com informações da época, o treinador se desentendeu com o meia Ricardinho após uma derrota para o Bahia por 2 a 1, na Fonte Nova. Irritado, Lisca meteu um tapa no quadro usado como campo, e um cavalete foi parar na direção dos jogadores, atingindo Ricardinho. O jogador revidou e os demais atletas entraram em cena para evitar o pior.
Discussão com repórter
O ano de 2018 foi intenso para Lisca no comando do Ceará. Depois de uma vitória sobre o Paraná por 1 a 0, na Vila Capanema. Ele acabou discutindo com um repórter que lhe perguntou sobre um suposto 'burburinho' em sua volta à Vila Capanema após ter deixado o Paraná de maneira tumultuada.
“Vocês já inventaram história. Você está inventando. Burburinho com quem? De onde você tirou isso? Pegue as imagens, porque eu estou cansado dessas invenções de história. Vocês já me julgaram aqui, já me condenaram. Você está inventando uma história”, disse.
“Ninguém falou comigo, os caras me trataram bem pra caramba. Já inventaram muita coisa. Mas, quem é que me falou alguma coisa? Ninguém falou nada. Eu fui ali, saí tranquilamente, cumprimentei todos os jogadores, comissão técnica, o Micale, os caras são show de bola”, completou.
Após a declaração, Lisca reconheceu que se exaltou e pediu desculpas ao repórter por ter sido 'grosso'.
'Fogo no parquinho' no Ceará
Foram tantas emoções no Ceará que a demissão de Lisca envolveu pitadas de bastidores quentes. Afina de contas, informações da imprensa cearense á época, isso em 2019, apontavam que o treinador não teria gostado nada do comportamento dos atletas sob o comando do auxiliar Marcelo Rospide.Eles teriam apresentado um futebol muito mais convincente. Rospide, então, deixou o Ceará sob circunstâncias misteriosas. Lisca teria pedido a demissão do profissional. Em entrevista à rádio gaúcha RBS, Lisca deu sua versão sobre a história e defendeu a normalidade da saída de Rospide.
"As pessoas estão tentando tumultuar o ambiente. A saída de Rospide é normal. Ele sabe bem o porquê", disse Lisca.
"Eu entendo ele saindo na mídia. Conversamos diversas vezes. Está na hora de assumir o que ele quer, que é ser treinador de futebol e ter coragem de ir pra linha de frente. Ele tem todas as condições, baita profissional. Está faltando oportunidade. Mas não será aqui no Ceará, será em outro lugar", comentou.
"Ele sempre respeitou a hierarquia. Mas comissão técnica é que nem time de futebol. Tem o primeiro auxiliar, o Márcio (Hahn), e o segundo. Cada um tem sua atribuição, tem o seu sonho e os seus objetivos. O dele não é ser o 2º auxiliar. Não quer dizer que me desagradou. Marcelo é um cara correto. Tem que buscar o espaço dele. Ele obviamente quer ser treinador e está aproveitando a mídia", completou Lisca.
Aglomeração, Covid e Richarlyson
Lisca foi um dos poucos treinadores no futebol brasileiro que cobrou medidas da CBF quanto à não sequência dos torneios com o Brasil atravaessando um momento crítico da pandemia. Mas o volante Richarlyson utilizou suas redes sociais para criticar o comandante americano, relembrando o fato de Lisca ter se aglomerado com torcedores do América no ano passado, em chegada da delegação ao Independência.
"Até quando isso? Lisca quer que pare o futebol? Ok, tudo bem. Eu até concordaria com isso, se não fosse o Lisca falando. Lisca, no dia 19 de novembro de 2020, comemorou sua vitória diante do Internacional pela Copa do Brasil que ele tanto está abominando hoje, nos braços da galera. Digitem no Google: “Lisca doido nos braços da galera” e verão o festival de notícias e de descumprimento das medidas contra a pandemia Covid-19", escreveu Richarlyson.
Quando das cenas de novembro, Lisca admitiu que errou no seu comportamento. Porém, em resposta a Richarlyson, o comandante americano apontou que o volante não entendeu sua declaração